"Há quem esteja a ganhar muito dinheiro à conta desta extrema miséria"

Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, falou aos jornalistas no Martim Moniz, em Lisboa, onde se encontram vários cidadãos timorenses sem-abrigo.

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© MIGUEL RIOPA/AFP via Getty Images

Daniela Carrilho com Lusa
20/10/2022 11:56 ‧ 20/10/2022 por Daniela Carrilho com Lusa

Política

Timor-Leste

A situação é caótica no que diz respeito aos cidadãos timorenses que vieram para Portugal em busca de melhores condições de vida.

Catarina Martins, coordenadora nacional do Bloco de Esquerda, prestou declarações aos jornalistas a partir do Martim Moniz, em Lisboa, para dar conta da situação de pessoas de nacionalidade timorense, que deixaram o seu país em busca de melhores condições de vida.

À chegada a Portugal, ficaram sem alojamento, sem dinheiro e sem trabalho.

“Estas pessoas chegaram para trabalhar em Portugal e muitas delas foram enganadas. Não têm papéis em ordem, precisam de tratar de questões legais para permanecerem cá, ter aulas de português e procurar trabalho”, disse Catarina Martins, em declarações aos jornalistas.

A coordenadora nacional do Bloco de Esquerda adianta ainda que estas pessoas têm o “direito a ser bem tratadas e a ter um trabalho”.

Questionada por que motivo terão ficado nesta situação, a coordenadora bloquista não hesitou: “Há quem esteja a ganhar muito dinheiro à conta desta extrema miséria”, referindo-se ao aproveitamento de vários setores, como produtores agrícolas e empresas de construção civil.

Catarina Martins salientou que é necessário um “combate da máfia de seres humanos”, que deixou estas pessoas nestas condições.

“Dormem no chão, na rua, estão sem apoio alimentar, sem um cobertor… Foram completamente abandonadas e enganadas”, afirmou.

A coordenadora do BE deixou também claras críticas ao Governo e à Câmara Municipal de Lisboa: “Ninguém faz nada. Empurram [o problema] de uns para os outros e estas pessoas continuam na rua”.

O Bloco de Esquerda pede agora urgência no apoio humanitário ao povo timorense que emigrou para Portugal. 

Recorde-se que o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa visitou Timor-Leste no passado mês de maio, convidando os jovens a virem procurar uma vida melhor em terras lusas, uma vez que o país asiático vive um grave problema de desemprego.

Nos últimos dias tem sido notícia a situação de crise e abandono que estão milhares de timorenses em Portugal, trazidos por redes criminosas para trabalhar no setor agrícola, uma situação social que já motivou pedidos de apoios de várias autarquias.

Leia Também: Mais de 440 timorenses rejeitados pelo Reino Unido devolvidos a Portugal

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