Numa mensagem vídeo gravada para o 25.º Congresso Nacional da Ordem dos Médicos, que decorre em Braga. Marcelo disse ainda que o SNS tem também de se articular melhor com a Segurança Social.
"Este pode ser um momento importante, de revisitar o SNS (...). Espero que seja um momento único, no pensamento e na concretização, para que [o SNS] se articule melhor com outros setores, social e privado, lucrativo e não lucrativo. Mas também se articule melhor com a Segurança Social, matéria que patentemente não funcionou bem durante a pandemia", referiu.
Para Marcelo, é igualmente importante que o SNS "forme mais e melhor", se relacione mais e melhor com as instituições científicas e tecnológicas e assuma uma perspetiva "global e internacionalizada".
"Essa é a minha esperança. Que este congresso coincida no tempo com um passo fundamental na atualização do passado e construção do futuro [do SNS]", acrescentou.
O Presidente lembrou que o SNS foi concebido "há muitas décadas", mas entretanto a realidade do país mudou,
"O SNS foi sendo alterado, remendado, corrigido, mas não repensado globalmente (...). Talvez seja prudente o caminho que parece iniciar-se (...). Ensaiar realidades novas, as que existiam já não respondiam às necessidades destes tempos", disse ainda Marcelo.
Na sua mensagem, o PR sublinhou que está e estará atento "àquilo que possa ser justo" no rever do estatuto da Ordem dos Médicos e "àquilo que possa representar um juízo precipitado" quanto ao seu papel na sociedade portuguesa.
"Tudo é discutível, tudo sujeito a debate, os poderes das ordens, a competência da Ordem dos Médicos, mas não pode colar-se-lhe o labéu de uma realidade puramente corporativa. A sociedade e os responsáveis políticos devem reconhecer sempre a autonomia consagrada na Constituição", sublinhou.
Já à margem do congresso, num comentário à mensagem do Presidente da República, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, disse que Marcelo Rebelo de Sousa "deixou uma mensagem importante sobre a importância que as ordens profissionais têm na sociedade portuguesa e pelo trabalho que fazem".
"O trabalho que as ordens fazem para a sociedade tem de ser mantido e tem de se ter muito cuidado na revisão dos estatutos que se vai fazer. Existem coisas relativas aos estatutos que estão consagradas ao nível da Constituição da República Portuguesa e têm de ser respeitadas pelo poder político seja pelo Governo, seja pelos senhores deputados", disse Miguel Guimarães.
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