Aumentaram quantidades confiscadas de todas as drogas em 2021
As apreensões e as quantidades confiscadas de todas as drogas que tinham sofrido uma quebra em 2020 aumentaram em 2021, sendo uma vez mais o haxixe a substância com o maior número de apreensões (1.081), revela um relatório nacional hoje divulgado.
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País Droga
A seguir ao haxixe, as substâncias ilícitas com mais apreensões foram a cocaína (513) e a liamba (449) e, com valores inferiores, a heroína (270) e o 'ecstasy' (77), adianta o Relatório Anual sobre a Situação do País em Matéria de Drogas e Toxicodependência em 2021 do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD).
O relatório, que é hoje apresentado na Assembleia da Republica pelo diretor-geral do SICAD, João Goulão, assinala, pela primeira vez no âmbito destes registos, apreensões de MDMB-4-en-PINACA (canabinoide sintético), de 4-CMC e de alfa-PHP (ambas substâncias estimulantes).
Segundo os dados, houve "um incremento significativo da liamba apreendida" em 2021, o valor mais elevado desde 2010, e descidas nas quantidades confiscadas de haxixe, apesar de ser o segundo valor mais alto desde 2015, e de 'ecstasy', o valor mais baixo desde há sete anos.
As quantidades apreendidas de cocaína e de heroína foram próximas às de 2020, sendo os valores dos últimos três anos os mais altos desde 2007 no caso da cocaína, e os mais baixos de sempre no caso da heroína.
Os dados referem também que, entre 2020 e 2021, houve um aumento das apreensões de haxixe (+49%), de heroína (+29%) e de cocaína (+28%), e ligeiras descidas das de liamba (-3%) e de 'ecstasy' (-3%), mas tendencialmente inferiores aos dois anos anteriores, pré-pandemia, exceto no caso da liamba e da heroína.
"As restrições devido à pandemia afetaram diversos aspetos dos mercados das drogas ao nível nacional e global, embora ainda esteja por avaliar o seu impacto a médio e longo prazo", lê-se no documento.
O relatório realça as quantidades confiscadas nos últimos dois anos de plantas de canábis, "os valores mais altos do milénio", e de plantas de ópio, os valores mais altos desde 2009.
Quanto às rotas, o documento adianta que "Portugal tem sido um país de trânsito no tráfico internacional de haxixe e de cocaína, em particular nos fluxos oriundos, respetivamente, de Marrocos e da América Latina e Caraíbas, e com destino a outros países, sobretudo europeus".
Em 2021 destacaram-se como principais países de origem da cocaína apreendida o Brasil, seguido do Paraguai e da Costa Rica, constatando-se nos últimos anos uma redução na utilização de Portugal em rotas com destino fora da Europa.
Marrocos e Espanha surgiram como os principais países de origem no caso do haxixe e Espanha e Portugal no da liamba.
Sobre os meios utilizados no transporte das drogas, houve, entre 2020 e 2021, um "aumento relevante" do número de apreensões por via marítima de haxixe (pelo segundo ano consecutivo) e de cocaína.
No ano passado, foram identificados 2.083 presumíveis infratores, mais 25% face a 2020, (42% como traficantes e 58% como traficantes-consumidores), 1.579 (76%) dos quais foram detidos, mas os valores mantêm-se inferiores aos dos anos pré-pandemia.
No final de dezembro do ano passado, estavam detidos 1.742 indivíduos condenados ao abrigo da Lei da Droga, representando o segundo valor mais baixo dos últimos dez anos e um ligeiro decréscimo (-2%) face a 2020.
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