Em declarações à Lusa, o presidente da autarquia disse que os agentes da Proteção Civil estão alertados para a possibilidade de chuva intensa, o que, segundo as previsões meteorológicas, poderá acontecer a partir do final da tarde.
"Temos os serviços da Proteção Civil todos alerta, assim como a Fagar [empresa municipal de gestão de água e resíduos], e o município, para socorrer quem for necessário, e os bombeiros também", referiu Rogério Bacalhau.
Segundo o autarca, os serviços da Câmara promoveram também algumas ações junto dos residentes, nos locais onde é mais provável que haja inundações, chamando a atenção das pessoas para tentarem não estacionar os carros na baixa, mas também em zonas onde não é habitual haver inundações, como a Penha ou o Alto Rodes.
Os sumidouros estão também a ser limpos, "embora isso tenha pouco efeito porque a chuva depois arrasta consigo muitas folhas das árvores", obstruindo-os e travando o escoamento da água, salientou.
Rogério Bacalhau adiantou que as previsões apontam para que a chuva caia com maior intensidade entre as 17.00 e as 19:00, estando a preia-mar, ponto mais alto da maré, prevista para as 15:00.
Questionada pela Lusa sobre se pode vir a repetir-se o cenário de segunda-feira, o autarca referiu que se tratou de um episódio "atípico" e "peculiar", embora ainda não se saiba se a chuva hoje cairá com a mesma intensidade.
"Estive a falar com o professor Carmona Rodrigues, que é um especialista nesta área, e entre as 07:00 e as 08:00 [de segunda-feira] choveram 57 milímetros por metro quadrado. É um episódio que tem uma taxa de retorno de 100 anos", observou.
"Contra isso, nós podíamos ter o dobro do diâmetro nas condutas, mais sarjetas que ia dar praticamente o mesmo resultado", notou, sublinhando que houve "dezenas de situações" em locais fora do centro onde não era expectável haver inundações.
Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), para hoje e quinta-feira está prevista chuva por vezes forte, mais intensa e frequente na região Sul, e também no Centro, na quinta-feira.
Nestas regiões, as condições meteorológicas são "favoráveis à convecção severa com trovoada e fenómenos extremos", estando previsto vento forte a partir da tarde de quinta-feira, com rajadas que podem ir até aos 80 quilómetros por hora.
Prevê-se ainda agitação marítima com ondas de sudoeste de quatro a cinco metros na costa ocidental a sul do Cabo Carvoeiro e na costa sul do Algarve, entre o fim da tarde de quinta-feira até ao fim da tarde de sexta-feira.
Na segunda-feira, o Comando Regional de Emergência e Proteção Civil do Algarve registou 187 ocorrências relacionadas com o mau tempo, sobretudo no concelho de Faro, onde houve 92 ocorrências.
A intensa chuva que caiu ao início da manhã na capital algarvia provocou inundações, bloqueio de estradas e impediu a abertura de escolas e estabelecimentos comerciais no concelho de Faro.
A situação mobilizou, em todo o Algarve, 410 operacionais, apoiados por 168 veículos dos agentes de Proteção Civil e outras entidades, nomeadamente, os corpos de bombeiros, com 308 operacionais, e os serviços municipais de Proteção Civil.
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