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Possibilidade de cheias. Proteção Civil agrava estado de alerta no Norte

Situação meteorológica vai agravar-se a partir da próxima madrugada. O mau tempo vai durar pelo menos até quarta-feira, dia 14.

Possibilidade de cheias. Proteção Civil agrava estado de alerta no Norte
Notícias ao Minuto

12:18 - 11/12/22 por Tomásia Sousa com Lusa

País Mau tempo

A Autoridade Nacional de  Emergência e Proteção Civil (ANEPC) vai agravar, a partir da meia-noite, de amarelo para laranja o alerta especial para o dispositivo de socorro nos distritos do Norte, nomeadamente Aveiro, Porto, Vila Real, Viana do Castelo e Braga, devido à possibilidade de inundações e cheias "já a partir da próxima madrugada".

Em conferência de imprensa a partir da sede da ANEPC, em Carnaxide, o comandante nacional informou que o alerta pode também vir a ser agravado, durante o dia de amanhã, no  distrito de Setúbal.

"A situação meteorológica vai agravar-se a partir da madrugada de hoje e tendencialmente também no dia 12, 13 até 14", informou o comandante da Autoridade Nacional de Proteção Civil, André Fernandes, que acrescentou que "é expectável que entre os dias 11 e 14 a região Norte tenha um acumular de precipitação de até 220 mm".

Enquanto isso, para a região sul - entre Lisboa e Vale do Ave e os distritos de Évora, Portalegre e Beja - prevê-se uma acumulação de precipitação entre 80 e 160 mililitros. Para a região do Algarve, a estimativa de precipitação entre segunda e terça-feira é de precipitação até 80 mililitros.

O comandante acrescentou que, face a esta situação, há possibilidade de inundações e cheias, nomeadamente nas bacias hidrográficas do Minho, Lima, Douro, Ave e Vouga.

Face a esta situação meteorológica, André Fernandes alertou para a possibilidade, na bacia hidrográfica do Minho, de ocorrência de inundações em áreas de maior risco, como Caminha, Monção e Valença.

Na bacia hidrográfica do Lima, chamou a atenção para a eventualidade de inundações nas povoações ribeirinhas em Arcos de Valdevez e também para a possibilidade de ocorrência de inundações em Ponte da Barca e Ponte de Lima, nomeadamente em zonas ribeirinhas.

Quanto à bacia hidrográfica do Cávado, alertou que poderão ocorrer inundações em Braga, Barcelos e no rio Este (Braga).

Na bacia hidrográfica do Ave, as precipitações previstas poderão levar a um aumento de caudais, com inundações em Santo Tirso, avisou ainda.

Em relação à bacia hidrográfica do Douro, o comandante nacional da ANEPC advertiu que o aumento do caudal deste rio conjugado com o efeito da maré na Foz, poderá causar inundações na Foz do Douro, Peso da Régua e Pinhão.

Também na bacia hidrográfica do Vouga é esperada uma subida das águas caso se verifiquem as precipitações a montante.

Também nas "zonas historicamente sensíveis", como a região metropolitana de Lisboa e o Algarve, há "possibilidade de ocorrência de inundações em meio urbano e também de cheias rápidas".

Numa altura em que, na região de Lisboa e Vale do Tejo, ainda decorrem operações de reabilitação e reposição da normalidade face às inundações da última quarta-feira, André Fernandes apelou a uma "adequação das medidas de autoproteção" por parte dos cidadãos, frisando que o pior período será "o da próxima madrugada e o dia de amanhã".

"Voltamos aqui a apelar à população que garanta a desobstrução dos sistemas de escoamento", sublinhou, pedindo "cuidado na circulação, em particular nas zonas ribeirinhas" e que não se estacione os carros "em zonas que costumam inundar".

O comandante da Autoridade Nacional de Proteção Civil recomendou ainda a adoção de uma condução defensiva, atenção à criação de lençóis de água nos pavimentos rodoviários e pediu aos condutores que não tentem atravessar zonas que estejam inundadas ou alagadas.

"Apelamos a que não pratiquem atividades ao ar livre, nomeadamente relacionadas com o mar, devido à agitação marítima que já se está a fazer sentir e vai fazer-se sentir pelo menos até dia 14", acrescentou, pedindo que a popuçação esteja atenta às informações do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), da Agência Portuguesa do Ambiente, da Proteção Civil e das forças e serviços de segurança que estão no terreno.

Questionado sobre a necessidade de encerramento antecipado de túneis, após o que aconteceu com as chuvadas em Lisboa, o mesmo responsável mencionou que essas medidas são vistas em conjunto e em colaboração com as concessionárias e proprietários dessas infraestruturas rodoviárias, que, caso seja preciso, as encerram ou colocam sinais de condicionamento do trânsito.

Quanto ao período entre as 16h de sábado e as 11h30 de hoje, André Fernandes informou que a ANEPC registou um total de 337 ocorrências, sendo os distritos de Setúbal, Santarém, Lisboa, Faro e Beja os mais afetados. Estas operações de socorro envolveram 1.331 operacionais e 465 meios terrestres.

[Notícia atualizada às 14h07]

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