Subida da dívida "não é inesperada" em contexto de pandemia
O ministro da Saúde considerou hoje que era expectável a subida da dívida em pandemia e apontou o final do ano como o momento justo para fazer comparações, lembrando a "gestão aumentada" do SNS e o reforço do orçamento.
© Carlos Pimentel/Global Imagens
"Para mim não é inesperado que a dívida suba num contexto de resposta à pandemia. Na primeira metade deste ano de 2022 ainda houve vagas muito significativas da pandemia e foi preciso dar uma resposta aumentada", disse Manuel Pizarro.
Na quinta-feira foi tornado público que a pandemia fez duplicar os gastos públicos com análises clínicas, que custaram 378 milhões de euros em 2021, a maior despesa das convenções do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Os encargos com o setor convencionado de análises clínicas apresentaram uma taxa de crescimento anual de 14% entre 2016 e 2021, sendo que foram gastos 378 milhões de euros no último ano em exames laboratoriais, mais 109% do que tinha sido gasto no ano pré-pandemia" (2019), apurou a Entidade Reguladora da Saúde (ERS).
Paralelamente, o semanário Expresso escreveu que a dívida do SNS aos fornecedores externos atingiu quase 2350 milhões de euros em outubro.
"A comparação justa das dívidas é feita no final do ano. Todos os finais de ano tem havido programas de regularização da dívida que vão acontecer também neste ano de 2022", respondeu hoje Manuel Pizarro.
O governante, que falava aos jornalistas em Matosinhos (distrito o Porto), à margem da inauguração do Centro de Endoscopia Avançada da Unidade de Saúde Local de Matosinhos, localizado no Hospital Pedro Hispano, mostrou-se convicto de que estão a ser reunidas as condições para evitar esta situação.
"O aumento do orçamento em 2023, a capacidade de gestão aumentada que temos agora com a direção executiva [do SNS], vai assegurar-nos que esta situação não se repetirá", concluiu.
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