Sever avança com ação contra EDP por danos causados nas cheias em 2019

A Câmara de Sever do Vouga intentou uma ação de indemnização contra a Greenvouga - Sociedade Gestora do Aproveitamento Hidroeléctrico de Ribeiradio-Ermida por danos causados durante as cheias em 2019.

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Lusa
20/12/2022 17:10 ‧ 20/12/2022 por Lusa

País

Cheias

A informação foi transmitida pelo presidente da Câmara, Pedro Lobo (PSD), em resposta a uma questão levantada pela deputada social-democrata Diana Paiva, durante a última sessão da Assembleia Municipal, sobre a situação dos danos causados pela descarga da barragem, há três anos, durante a tempestade "Elsa".

O autarca fez um ponto de situação do processo, informando que o município e "muitos particulares" intentaram uma ação de indemnização contra a sociedade Greenvouga, reclamando o pagamento dos prejuízos sofridos durante as cheias no rio Vouga, ocorridas em 19 e 20 de dezembro de 2019, que, segundo o mesmo, ascendem a "milhões de euros".

Em declarações à Lusa, Pedro Lobo disse haver responsabilidades por parte da empresa detida pela EDP na forma como geriu a cheia, com base em três pareceres que foram pedidos à Universidade de Aveiro, ao Instituto Superior Técnico e ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil.

"Da análise que fazemos aos pareceres, parece-nos claro que a forma como foi gerida a barragem naquela altura poderia ter sido diferente e muitos dos prejuízos ou a totalidade dos prejuízos que foram causados por aquela cheia poderiam ter sido evitados", referiu.

Por esse motivo, o presidente da Câmara de Sever do Vouga entende que a Greenvouga "deve assumir a responsabilidade destes prejuízos e deve ressarcir" o município e os particulares que, entretanto, intentaram a ação.

O líder da edilidade teme que a situação se volte a repetir e defendeu que devem ser criadas medidas para evitar a ocorrência de novas cheias no rio Vouga, afirmando que "não houve vitimas mortais por mero acaso".

"Ainda hoje consultámos a barragem, porque estamos muito preocupados e andamos sempre de coração nas mãos. A barragem está a três metros da sua quota máxima em que tem de abrir as comportas para descarregar e, com o nível de pluviosidade que vem por aí, estamos naturalmente preocupados que possam ocorrer novos prejuízos", afirmou.

O presidente da Câmara de Sever do Vouga considerou ainda "absolutamente fundamental" que seja definido o plano de ordenamento da albufeira, considerando que a sua falta "é um impeditivo muito grande ao crescimento do turismo no concelho".

A chuva intensa e o aumento do nível da água nos dias 19 e 20 de dezembro de 2019 levaram a descargas da barragem de Ribeiradio para o rio Vouga, que galgou as margens causado estragos ao longo do seu percurso desde Sever do Vouga até ao Baixo Vouga, que obrigaram a cortar estradas, incluindo a A25, devido a inundações.

Através de efluentes, o centro da cidade de Águeda assistiu também a uma grande cheia, tendo, na altura, o presidente da Câmara local, Jorge Almeida, referido que a subida súbita da água tinha a ver com as descargas "brutais" que a barragem de Ribeiradio estava a fazer.

Leia Também: Loures sobe estimativa de prejuízos do mau tempo para 36 milhões

 

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