Em declarações à agência Lusa, fonte do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto confirmou hoje que este processo foi arquivado a 11 de janeiro, "por inexistência de indícios de prática de crime de incêndio", tendo as partes envolvidas -- Câmara do Porto e a família de Adelina Águia -- sido entretanto notificadas.
O Ministério Público estava a investigar o incêndio urbano que destruiu a 11 de março de 2021 uma casa no número 37 do Largo da Lapa.
O incêndio deflagrou no imóvel pelas 15:00, quando este se encontrava então desabitado, e foi combatido por elementos dos Sapadores Bombeiros do Porto, Voluntários do Porto e Voluntários Portuenses.
Adelina Águia, dona do imóvel destruído pelo incêndio e que ainda tem o sonho de poder voltar a viver na sua casa destruída pelas chamas, disse à Lusa, em outubro, que antes do incêndio ela e a sua família andavam assustadas por estarem a receber vários contactos de imobiliárias interessadas em adquirir o imóvel, mas diz que nunca quis vender a habitação.
Contou ainda que a casa da Lapa foi assaltada em novembro de 2011, tendo sido levada "mobília", "cabos de eletricidade" e até "janelas novas" que tinham colocado viradas para a rua, contudo, acrescentou que foi ficando por lá a morar, com a filha, até finais de 2020.
A partir desse momento, a casa ficou desabitada.
Após o incêndio, o dono de um dos edifícios contíguos, com frações a funcionar em regime de alojamento local (AL), colocou em marcha um processo de arresto no valor de 23.604 euros, segundo um documento a que a Lusa teve acesso, alegando ter perdido rendimentos de AL e que uma das frações ficou mesmo "inutilizada" e com recheio "irrecuperável".
Adelina Águia, a sua filha, as suas duas netas e um grupo de jovens lançaram uma campanha na rede social Instagram com o nome de 'how i_met_adeline' para recolher apoios para reconstruir a casa.
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