Aquilo que os professores neste momento sabem é que está criada uma onda de contestação de tal ordem que, ou o Governo percebe que tem de valorizar os professores, respeitar os professores e dignificar a nossa profissão, ou a luta vai continuar porque ninguém vai parar uma onda destas e nós vamos continuar a ajudar a onda a crescer", afirmou Mário Nogueira, que falava aos jornalistas junto à estação ferroviária de Coimbra-B.
Aquela estação serviu como ponto de encontro de uma das três marchas em Coimbra que irão confluir na Praça 8 de Maio, no centro da cidade, no dia em que se cumpre a greve de professores neste distrito da região Centro do país.
Com nove organizações sindicais envolvidas, esta greve começou no 16 de janeiro e prolonga-se até dia 08 de fevereiro, de modo a passar por todos os distritos do país.
Mário Nogueira antevê níveis de adesão em Coimbra superiores aos registados na segunda-feira, em Castelo Branco, referindo que as dezenas de professores ali concentrados vindos de várias escolas do distrito falavam em adesões acima dos 90% nas suas escolas.
"Isto demonstra que os professores, de facto, não vão ceder e vão até onde for preciso para serem respeitados", vincou o dirigente sindical.
Mário Nogueira sublinhou que os docentes não irão parar enquanto os professores continuarem a ser desvalorizados, "afastando da profissão os jovens que terminam o secundário" e desincentivando aqueles que já a exercem, que percebem "que nunca mais se vinculam e que vão continuar a ter salários que não dão para pagar a despesa de deslocação a 300 ou 400 quilómetros".
"Os professores estão muito cansados daquilo que lhes estão a fazer há muito tempo. Agora, estão absolutamente disponíveis e nada cansados para lutarem pelos seus direitos", realçou.
Recorrendo aos cânticos dos professores ali concentrados, que entoavam "Coimbra é uma lição", Mário Nogueira salientou que "Coimbra é uma lição, até na educação".
"É isso que hoje vamos dar: uma lição ao Governo", asseverou.
Esta greve dos professores por distritos envolve nove estruturas sindicais: Associação Sindical de Professores Licenciados (ASPL), Federação Nacional dos Professores (FENPROF), Pró-Ordem dos Professores - Associação Sindical/Federação Portuguesa dos Professores, Sindicato dos Educadores e Professores Licenciados (SEPLEU), Sindicato Nacional dos Profissionais de Educação (SINAPE), Sindicato Nacional e Democrático dos Professores (SINDEP), Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE) e Sindicato Nacional dos Professores Licenciados pelos Politécnicos e Universidades (SPLIU) e Federação Nacional de Educação (FNE), que aderiu mais tarde.
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