Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas antes de visitar o Pavilhão Municipal Manuel Castel Branco, em Lisboa, que vai funcionar como estrutura adaptada a partir de hoje para o início do plano de contingência para as pessoas em Situação Sem-Abrigo perante o tempo frio que se regista.
"[O presidente da Câmara de Lisboa] explicou-me, embora admitindo que há um cálculo mais global que é preciso fazer. Estava-se a falar de um altar específico e não de um investimento global", adiantou.
Após ter falado com Carlos Moedas, o chefe de Estado referiu que "Lisboa tenciona (...) utilizar a estrutura para outras ideias que podem ser mais interessantes".
"(...) Como, por exemplo, um polo de lazer verde, mas outro tipo de estrutura mais estável para outro tipo de eventos. Isso explica não apenas a feição ou o objetivo imediato, mas o duradouro investimento que ali é feito", acrescentou.
Recorde-se que o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, disse na terça-feira que sabia que a construção do altar-palco para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) ia ficar muito cara, indicando que será realizada com as especificações da Igreja. "Queremos que esse palco, essa infraestrutura, fique para o futuro e que muitas dessas infraestruturas fiquem para o futuro. Eu sabia que isto ia ser muito caro, que era um investimento muito grande para a cidade", indicou Moedas.
Sem-abrigo? "Há momentos em que é flagrante a subida"
Marcelo Rebelo de Sousa abordou ainda a situação dos sem-abrigo em Portugal, dizendo que "há momentos em que é flagrante a subida".
"Basta o desemprego cair um bocadinho", anotou
O Presidente disse também que a crise na habitação "é um problema", mas não sabe se a solução passa por proibir a venda de casas a investidores estrangeiros, como, por exemplo, foi decretado no Canadá.
"O problema para já é estabelecer limitações ou não ao alojamento local, depois a venda de casas a estrangeiros não sei se está nos planos das autarquias fazerem isso. Em boa fatia de Lisboa, no centro, já aconteceu no passado, já encontramos núcleos de estrangeiros na Graça, na zona do Castelo, no Bairro Alto, já são muitos estrangeiros", acrescentou.
Moedas disse hoje que sabia que a construção do altar-palco para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) ia ficar muito cara, indicando que será realizada com as especificações da Igreja.
Esta observação do autarca surge depois de ter vindo a público que a obra de construção do altar-palco onde o Papa Francisco vai celebrar a missa vai custar 4,2 milhões de euros à Câmara de Lisboa, por ajuste direto.
Segundo a informação disponibilizada no Portal Base da contratação pública, "a construção foi adjudicada por 4,24 milhões de euros (mais IVA)", somando-se a esse valor "1,06 milhões de euros para as fundações indiretas da cobertura".
"Queremos que esse palco, essa infraestrutura, fique para o futuro e que muitas dessas infraestruturas fiquem para o futuro. Eu sabia que isto ia ser muito caro, que era um investimento muito grande para a cidade", indicou Moedas.
A Jornada Mundial da Juventude é o maior encontro de jovens católicos de todo o mundo com o Papa, que acontece a cada dois ou três anos, entre julho e agosto.
Lisboa foi a cidade escolhida em 2019 para acolher o encontro de 2022, que transitou para 2023 devido à pandemia de covid-19.
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