Palco? Coordenador do Governo diz-se "surpreendido" e pede "parcimónia"
O coordenador do grupo de projeto da JMJ nomeado pelo Governo revelou que foram apresentadas duas propostas ao executivo de Carlos Moedas. "Tanto a primeira como a segunda não tinham este valor", afirmou.
© Leonardo Negrão/Global Imagens
José Sá Fernandes, coordenador do grupo de projeto da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) nomeado pelo Governo, considerou, esta quinta-feira, que o valor do altar-palco onde o Papa Francisco irá discursar, no Parque Tejo, “não era expectável”.
“Fiquei surpreendido pelo valor que foi agora apresentado”, disse o responsável, referindo-se ao custo de 4,24 milhões de euros (mais IVA) da obra, à CNN Portugal.
Sublinhando, contudo, que se trata de um “evento extraordinário”, que “vai ter um retorno económico evidente”, Sá Fernandes destacou a necessidade de existir “alguma parcimónia para os custos”.
Segundo Sá Fernandes, foram apresentadas duas propostas de altar-palco ao executivo da Câmara Municipal de Lisboa, liderado por Carlos Moedas. “Este executivo não gostou do primeiro desenho. Foi apresentada uma segunda proposta. Tanto a primeira como a segunda não tinham este valor”, defendeu, acrescentando que os valores iniciais não ultrapassavam os três milhões de euros.
“Mas se formos a ver, com o ganho deste evento - o encontro de um milhão de pessoas e o retorno económico - isto até pode passar despercebido”, considerou. Mas reiterou que há o "dever, até pela figura do Papa", de tentar ter "alguma parcimónia".
“Eu acho que a Câmara de Lisboa não vai gastar aquele dinheiro. Não precisa de gastar aquele dinheiro todo”, defendeu.
O coordenador disse ainda que a estrutura não será reutilizada, uma vez que “nem foi pensada” para tal. A obra poderá ser reutilizada, mas precisará de ser “retirada e redesenhada”, o que custará “ainda mais” do que o valor inicial. “Tirar aquela pala e colocar noutro sítio também custa muito dinheiro”, explicou.
Sublinhe-se que o investimento total para receber o Papa Francisco deverá superar os 35 milhões de euros, segundo as previsões anunciadas pela Câmara Municipal de Lisboa. O presidente, Carlos Moedas, defendeu, esta quinta-feira, que o investimento terá um “retorno enorme”.
A Jornada Mundial da Juventude, considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.
As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
As jornadas nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
[Notícia atualizada às 15h04]
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