Custos da JMJ? Moedas assegura estar "a fazer isto pelo bem de Portugal"

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) salientou que o projeto poderá ser melhorado, eventualmente com a redução de custos, mas fará aquilo que a Igreja e o Presidente da República entenderem.

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Daniela Filipe
26/01/2023 20:15 ‧ 26/01/2023 por Daniela Filipe

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Lisboa

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas, reforçou, esta quinta-feira, estar a levar a cabo o projeto para as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) "pelo bem de Lisboa e pelo bem de Portugal", considerando que o retorno económico será equivalente ao da capital espanhola, Madrid, onde se investiram "60 milhões para ter um retorno de 350 milhões".

"Vamos ter um palco em que vamos estar com mais de 190 países a olhar para Portugal. Vamos ser o centro do mundo. Naquele momento, Lisboa vai ser o centro do mundo. E isso tem um valor enorme", começou por dizer o responsável, em declarações aos jornalistas, esta quinta-feira.

Perante a polémica do custo do altar-palco, que ultrapassará os cinco milhões de euros, Carlos Moedas assegurou que fará aquilo que tanto a Igreja, como o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, entenderem, comprometendo-se apenas a não ir além dos 35 milhões de euros acordados para a totalidade do evento.

Casas de banho e os ecrãs ascendem aos 8 milhões de euros

"Faltam 186 dias e temos de ir para a frente, temos de fazer, temos de ser também um país com ambição. [Vamos ter] aqui um milhão e meio de pessoas. Acho que deveriam de olhar para o facto de que vamos ter 100 hectares em que temos de ter as condições para receber o palco", apontou, exemplificando que só as casas de banho e os ecrãs pedidos ascendem aos oito milhões de euros.

Questionado quanto às declarações do bispo D. Américo Aguiar, presidente da Fundação Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que se mostrou "magoado" com o valor do altar-palco, Moedas lançou ter sido o "primeiro político a referir o cuidado com os custos".

"A minha preocupação foi limitar os custos [quando assumiu o cargo]. Fui eu que disse que a CML não pagaria mais de 35 milhões de euros. A minha preocupação com os custos é total. Agora, temos de ter aqui um sentido de dimensão", disse, apontando que "há aqui uma decisão".

"Os lisboetas, os portugueses, querem ou não o Papa [Francisco] no maior evento de sempre em Lisboa? Eu quero muito, e vou fazer tudo por isso", lançou, apelando a que se olhe "para isto como um investimento".

"Acho que vamos ficar todos muito orgulhosos. Primeiro, [devido ao] retorno económico. Em Madrid, investiu-se 60 milhões para ter um retorno de 350 milhões. Esse retorno é na nossa economia e é, sobretudo, naquilo que é a visibilidade da cidade", complementou, referindo tratar-se de "um momento tão importante para Lisboa, tão único".

"Dou o corpo às balas, estou aqui com coragem"

Assegurando estar "muito bem" com a sua consciência e pretender que este "investimento transforme Lisboa", Moedas garantiu que assumirá "as responsabilidades que tiver de assumir", dando, por isso, "o corpo às balas".

"Dou o corpo às balas, estou aqui com coragem, a assumir aquilo que é um evento único para Lisboa. Assumo este evento como o maior evento das nossas vidas, porque não vamos ter outro desta dimensão", argumentou.

Farpas a Medina e Sá Fernandes

Moedas não deixou de lançar farpas a Fernando Medina, antigo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, e a José Sá Fernandes, coordenador do grupo de projeto de preparação para as JMJ, que referiu, na SIC Notícias, que "a solução que estava prevista ao princípio custava à volta de 1,5 milhões".

O atual presidente da CML foi taxativo, atirando que o "senhor não está informado", mas sim "alheado da realidade". Recusando entrar "nesta polémica", Moedas reforçou ser "muito  triste" alguém divulgar dados "errados" perante a opinião pública, destacando que, quando assumiu o cargo, nada estava feito.

"Chego a presidente da Câmara, não tenho nada feito, estou a fazer para o bem de Lisboa e Portugal", rematou.

De notar que a JMJ, para muitos o maior acontecimento da Igreja Católica, realiza-se este ano em Lisboa, entre 1 e 6 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas. As principais cerimónias da jornada - que tem como momento alto uma missa dirigida pelo Papa Francisco - decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

O altar-palco que está a gerar ondas, onde o Papa Francisco dará a missa final deste evento, terá capacidade para cerca de duas mil pessoas, metade das quais deverão ser bispos.

[Notícia atualizada às 20h40]

Leia Também: JMJ. Bispo diz que custo de altar-palco o "magoou" e quer avaliar valor

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