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Polémica com JMJ 'mancha' Portugal? "Vejo grande júbilo em todo o país"

Augusto Santos Silva realçou, a par do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, "o enorme benefício que Portugal vai ter nesta realização, em todas as dimensões".

Polémica com JMJ 'mancha' Portugal? "Vejo grande júbilo em todo o país"
Notícias ao Minuto

16:54 - 27/01/23 por Daniela Filipe

País JMJ

Após a visita à sede da fundação organizadora da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Lisboa, o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, argumentou que a polémica que rodeia o custo do altar-palco não 'mancha' "de forma nenhuma" o país, realçando, inclusivamente, que não vê "nenhuma contestação social" à sua realização, mas sim "júbilo".

"Não vejo nenhuma contestação social à realização da JMJ, vejo um grande júbilo em todo o país desde que foi anunciado pelo Papa Francisco que esta JMJ se realizava em Lisboa", disse o responsável, em declarações aos jornalistas, esta sexta-feira.

Escusando-se a comentar os custos do altar-palco, que tem marcado a opinião pública nos últimos dias por ascenderem os cinco milhões de euros, visto não ter "funções" que o permitissem responder naquele momento, Santos Silva salientou que "a JMJ é uma realização religiosa que tem um significado que vai muito além disso e que é de todo o interesse de um país como é Portugal e para uma sociedade democrática como é a portuguesa".

"Podemos também aproveitar esta mobilização de jovens em Lisboa e em Loures para que [o encontro] seja, além de religioso, cívico, para que a educação para a cidadania democrática seja, também, tema, assim como a preocupação com os problemas globais e a defesa dos bens globais", enumerou.

Nessa linha, o presidente da Assembleia da República apontou que a sua "visita tem um lado simbólico, de manifestar em nome do Parlamento o máximo respeito por esta grande realização que Portugal se orgulha de ter este agosto, em Lisboa", mas tratou-se também de uma "visita de trabalho  nas dimensões que nos dizem respeito".

"Um milhão e meio de jovens de todo o mundo, de mais de uma centena de países, reunidos em Portugal, tem, em si, um significado acrescido, também para o Parlamento português", resumiu.

Confessando que não queria direcionar a conversa apenas para os benefícios que a JMJ trará a Portugal, Santos Silva não deixou de sublinhar que o país tirará "também benefícios, não só simbólicos e espirituais, como também materiais e económicos", pelo que os custos apontados até ao momento lhe  parecem "bastante razoáveis".

"Todas as análises de custo-benefício que conheço mostram, evidentemente, o enorme benefício que Portugal vai ter nesta realização, em todas as dimensões", rematou.

De notar que o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, ecoou esta visão, na quinta-feira, comprometendo-se apenas a não ir além dos 35 milhões de euros acordados para a totalidade do evento. A título de exemplo, o responsável adiantou que só as casas de banho e os ecrãs pedidos ascendem aos oito milhões de euros, garantindo, contudo, que fará aquilo que tanto a Igreja, como o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, entenderem.

Por seu turno, o Vaticano demarcou-se, esta sexta-feira, da polémica que envolve o custo do altar-palco, tendo o seu porta-voz, Matteo Bruni, afirmado, em declarações ao ACI Prensa, que "a organização do evento é local". Assim, a decisão dos custos caberá à Câmara Municipal de Lisboa.

Recorde-se que a JMJ, para muitos o maior acontecimento da Igreja Católica, realiza-se este ano em Lisboa, entre 1 e 6 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas. As principais cerimónias da jornada - que tem como momento alto uma missa dirigida pelo Papa Francisco - decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

O altar-palco que está a gerar ondas, onde o Papa Francisco dará a missa final deste evento, terá capacidade para cerca de duas mil pessoas, metade das quais deverão ser bispos.

[Notícia atualizada às 17h15]

Leia Também: Vaticano demarca-se da polémica do altar-palco e diz que não interferiu

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