"Este governo é incapaz de se focar e de dar estabilidade à governação: é um conjunto de casos que se sucedem em catadupa, numa enorme trapalhada que marca este ano de governação, e por isso é um governo da trapalhada", defendeu Pedro Filipe Soares, em entrevista à agência Lusa, a propósito do primeiro ano desde as eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro de 2022, que deram a maioria absoluta ao PS.
O dirigente bloquista afirmou que este é o executivo da "trapalhada na vida das pessoas, que empobrece quem trabalha" e "da trapalhada no país" por não colocar "em ordem" serviços públicos, como a saúde ou a educação.
"Da trapalhada no próprio Conselho de Ministros, que parece que não consegue separar os negócios da política e é exatamente isso que precisávamos que tivesse mudado neste ano de governação", defendeu.
Interrogado sobre se o PS tem agido como uma maioria de diálogo, promessa feita pelo primeiro-ministro no início da legislatura, Pedro Filipe Soares criticou os chumbos dos socialistas a vários requerimentos para chamar governantes à Assembleia da República.
O líder parlamentar disse que este é um Governo que "perde a memória porque, quando perguntado por algumas coisas, há ministros que dizem que não se lembram, que não aconteceu, e depois fora do parlamento vêm dizer que afinal se lembraram, que encontraram, que afinal havia algum gato com o rabo de fora".
"Ora, na prática, quem tem esta forma de dialogar com o parlamento não está a dialogar, está a esconder, está a ignorar, está a desvalorizar a casa da democracia e eu creio que essa crítica encaixa que nem uma luva neste ano do PS", acusou.
Os bloquistas defendem que o executivo de António Costa não quis responder "ao enorme empobrecimento que está a existir na sociedade" e demonstra, acima de tudo, "uma incapacidade para conseguir dar uma orientação ao país".
"É um primeiro ano de uma maioria absoluta do PS que prometia estabilidade e trouxe instabilidade, prometia serenidade da governação e trouxe trapalhada, prometia respostas aos serviços públicos e trouxe pior qualidade dos serviços públicos, prometia mais rendimentos e trouxe empobrecimento. É uma maioria absoluta que no primeiro ano da sua implementação está a frustrar todas as promessas que trouxe ao país", rematou.
Em 30 de janeiro de 2022 o PS venceu as eleições legislativas antecipadas com maioria absoluta e elegeu 120 deputados, tendo o PSD ficado em segundo lugar, com 77 parlamentares. O Chega conseguiu a terceira maior bancada, com 12 deputados, seguindo-se a Iniciativa Liberal, com oito, o PCP, com seis, o BE, com cinco, o PAN, com um, e o Livre, também com um.
Devido à repetição de eleições no círculo da Europa, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apenas deu posse ao XXIII Governo Constitucional, o terceiro chefiado por António Costa, em 30 de março de 2022.
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