Mãe de Luana diz que jovem está "bem". Havia "mensagens amorosas"
Luana viveu, durante oito meses, na casa de um homem, de 48 anos, em Évora, e foi resgatada pela Polícia Judiciária, na terça-feira.
© Global Imagens
País PJ
A mãe de Luana, jovem de 17 anos de Leiria que durante oito meses esteve desaparecida e que foi encontrada na casa de um homem, de 48 anos, em Évora, contou que a filha apresentava "excesso de cansaço" e revelou que viu "mensagens amorosas" enviadas pela filha para o suspeito, que terão ajudado a Polícia Judiciária a encontrá-la.
Em entrevista à SIC, a mulher contou que recebeu um telefonema de um inspetor da PJ, a "informar que já tinham encontrado Luana" e que, de seguida, tomou vários procedimentos para se encontrar e ir buscar a filha.
"[Ela estava] um bocadinho cansada (...) estava abatida, excesso de cansaço", contou.
A mãe adiantou que ainda não perguntou "nada de concreto" à jovem e que a vai deixar "repousar".
"Aparentemente está bem", indicou.
Na mesma entrevista, a progenitora confessou que, em setembro, um sobrinho conseguiu descobrir mensagens "amorosas" enviadas pela filha a um indivíduo - informação transmitida à PJ.
"Ela tratava-o por amor, se lhe dava um presente, se lhe dava um jogo", adiantou, explicando que o suspeito não deixava mensagens registadas e que responderia "por voz".
"Só temos as mensagens que ela enviava, dele para ela nada", indicou.
"Foi muito chocante", confessou, notando ainda que suspeito, de 48 anos, tem duas filhas, uma delas com a idade próxima de Luana.
"No seguimento das inúmeras diligências desenvolvidas, em estreita colaboração com a Unidade Local de Investigação Criminal da Polícia Judiciária de Évora, foi possível identificar o suspeito e localizar a menor na sua residência, sita na cidade de Évora, onde, a coberto de uma suposta relação amorosa, este a manteve em completo isolamento social durante oito meses, aproveitando-se da sua persistente e recorrente dependência de jogo 'online', imaturidade e personalidade frágil", referiu a PJ, em comunicado.
Fonte da PJ disse à agência Lusa que a menor tinha 16 anos quando desapareceu.
De acordo com a PJ, a menor e o arguido "estabeleceram contacto e desenvolveram uma relação através de 'chats' de jogos 'online'", quando aquela ainda tinha 14 anos, "evoluindo para uma relação amorosa até que surgiu a oportunidade de o suspeito a ir buscar a Leiria, levando-a com ele".
Notando que a menor "tinha uma dependência muito intensa do jogo 'online'", a fonte da PJ esclareceu que o homem, sem referências criminais, separado, com filhos e socialmente integrado, "a acolheu numa casa em Évora", de onde não saiu e onde passava a maior parte do tempo num quarto sem luz natural. Na casa, também vivia a mãe, idosa, do arguido.
A PJ disse que a mãe do suspeito "não teria a noção de todos os contornos" da situação e explicou que, quando alguém ia a casa, a menor, que "terá consentido, ocultava-se no sótão" da habitação.
Em conferência de imprensa no mesmo dia, o diretor da Diretoria do Centro da PJ, Jorge Leitão, afirmou que a menor, apesar de não ter saído de casa, não registava "nenhum sinal" de que tenha estado na residência obrigada. Segundo Jorge Leitão, a vítima "estava tranquila, bem tratada, a fazer aquilo de que gostava, que era o vício do jogo 'online'".
O primeiro interrogatório judicial ao suspeito, que hoje começou no Tribunal Judicial desta cidade, prossegue na quinta-feira, dia em que devem ser conhecidas eventuais outras medidas de coação [para além do termo de identidade e residência], segundo disseram à agência Lusa fontes policial e do tribunal.
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