O suspeito de ter raptado Luana, uma menor de 17 anos, está proibido de contactar a vítima por qualquer meio e de se deslocar ao concelho de Leiria, determinou esta quinta-feira o juiz de instrução criminal do Tribunal Judicial de Leiria.
De acordo com fonte judicial, em declarações à agência Lusa, as medidas de coação foram determinadas após primeiro interrogatório judicial, iniciado na quarta-feira e que terminou hoje.
A jovem de 17 anos, natural de Leiria, esteve desaparecida durante oito meses - desde o dia 30 de maio - e foi encontrada na casa de um homem, de 48 anos, em Évora, na terça-feira, e entregue à família.
Segundo Jorge Leitão, diretor da Polícia Judiciária (PJ) do Centro, a investigação ainda não foi concluída, mas a parte mais importante foi conseguida: localizar a jovem que confirmou ser Luana, "atualmente com 17 anos", sendo que na altura em que desapareceu tinha ainda 16.
De acordo com a PJ, a menor e o arguido "estabeleceram contacto e desenvolveram uma relação através de 'chats' de jogos 'online'", quando aquela ainda tinha 14 anos, que foi "evoluindo para uma relação amorosa até que surgiu a oportunidade de o suspeito a ir buscar a Leiria, levando-a com ele".
Notando que a menor "tinha uma dependência muito intensa do jogo 'online'", a fonte da PJ esclareceu que o homem, sem referências criminais, separado, com filhos e socialmente integrado, "a acolheu numa casa em Évora", de onde aquela não saiu e onde passava a maior parte do tempo num quarto sem luz natural.
Ainda de acordo com Jorge Leitão, a vítima "estava tranquila, bem tratada, a fazer aquilo de que gostava, que era o vício do jogo 'online'".
Em entrevista à SIC, a mãe da adolescente contou, na quarta-feira, que a filha apresentava "excesso de cansaço" e revelou que viu "mensagens amorosas" enviadas pela filha para o suspeito, que terão ajudado a PJ a encontrá-la.
[Notícia atualizada às 12h52]
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