Oito dos 13 membros ligados à claque do Benfica, No Name Boys', que foram detidos numa megaoperação da Polícia de Segurança Pública (PSP), na passada quarta-feira, ficam em prisão preventiva, avança a CNN.
"Continuo a achar, e vou plasmar isso no meu recurso, que os indícios são manifestamente insuficientes para uma medida destas", disse hoje um dos advogados, Bruno Carrêlo Mota, à saída do Campus de Justiça, salientando que os adeptos que representa "ficaram todos em prisão preventiva".
Outros advogados disseram também aos jornalistas que pretendem recorrer desta decisão, que consideram "desproporcional" e com base "em poucos elementos".
"O que é dado a conhecer aos advogados torna estas medidas -- oito presos preventivos -- totalmente desadequado, injusto, desproporcional para os elementos que os advogados viram, e muito menos por [colocar] todos [os detidos] no mesmo saco", considerou a advogada Ana Antunes, considerando que os arguidos foram colocados no local do crime com base em "declarações de um ofendido" e sem outras provas.
De acordo com a informação enviada pelo presidente da comarca de Lisboa, através do Conselho Superior da Magistratura (CSM), foi determinado que os oito arguidos aguardassem o desenvolvimento do processo em prisão preventiva por "existir perigo de continuação da atividade criminosa e de perturbação do decurso do inquérito".
Outros cinco arguidos vão aguardar em liberdade, sujeitos a termo de identidade e residência e obrigação de se apresentarem diariamente às autoridades da sua área de residência, proibição de contactarem, pessoalmente ou por interposta pessoa, com os outros arguidos e com as vítimas e testemunhas, assim como com outros elementos dos 'No Name Boys'. Estão ainda proibidos de se deslocarem a qualquer complexo desportivo e às suas imediações, segundo a mesma fonte.
Recorde-se que 30 pessoas entre os 18 e os 47 anos de idade foram detidas, esta quarta-feira, pelo Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública (PSP), através da Divisão de Investigação Criminal, devido a vários episódios de violência em Lisboa e outras zonas da área metropolitana relacionados com claques desportivas.
Sublinhe-se que, tal como o Notícias ao Minuto já havia noticiado, esta quarta-feira, a PSP, através do Comando Metropolitano de Lisboa, deu cumprimento a "29 mandados de detenção emitidos por autoridade judiciária, bem como a 30 mandados de buscas domiciliárias, na área da Grande Lisboa e margem sul do Tejo". Foi ainda detido um suspeito em flagrante delito "na posse de uma arma proibida, tratando-se de uma arma de fogo".
Em causa está o movimento 'Casual', ligado ao fenómeno desportivo. A operação foi promovida em articulação com a 11.ª Secção do DIAP de Lisboa e "foi suportada nas diligências de investigação produzidas no decurso dos inquéritos, visando dois grupos afetos ao movimento dos 'casuais', com adeptos do Sporting Clube de Portugal e do Sport Lisboa e Benfica".
A ação resultou na detenção de "30 indivíduos" e na apreensão de três armas de fogo," na qual se inclui uma pistola de 9mm e 755 munições de variados calibres", várias armas brancas e armas artesanais, diverso material pirotécnico, como petardos, potes de fumo e tochas, 13 artefactos de sinalização marítima, 5840,38 doses individuais de haxixe e 1016,40 doses individuais de heroína.
Na operação foram empenhados "dezenas de operacionais ligados à investigação criminal, apoiados pela componente da polícia técnica forense, núcleo de armas e explosivos e outras valências da PSP de ordem pública". A operação contou também com o apoio da Guarda Nacional Republicana.
"Nos inquéritos que decorrem e que deram origem a esta operação, são investigados vários factos suscetíveis de configurar os crimes de ofensas à integridade física qualificadas, sobre adeptos e sobre polícias, bem como os crimes de roubos, danos, participação em rixa, ameaças e desobediência de interdição em recintos desportivos", informa a força de segurança.
Note-se, por fim, que os 16 adeptos do Sporting Clube de Portugal (SCP) detidos, na quarta-feira, na sequência de uma operação relacionada com claques desportivas da Polícia de Segurança Pública (PSP) já foram presentes a tribunal e ficaram em liberdade.
[Notícia atualizada às 14h30]
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