O Presidente da República deu esta manhã de segunda-feira uma aula a estudantes da Escola Secundária Dr. Francisco Fernandes Lopes, em Olhão, "na qual abordou a importância da Democracia, da solidariedade e da tolerância, do respeito pelos outros, contra a xenofobia e o racismo, sublinhando os direitos das minorias e dos migrantes, na sequência do bárbaro espancamento ocorrido há dias naquela cidade algarvia e outros eventos do mesmo tipo", pode ler-se numa nota no site da Presidência da República. 

Depois desta sessão na escola secundária, o Presidente da República encontrou-se com o jovem Nirmal, "vítima daquele inaceitável comportamento de alguns jovens de Olhão", no restaurante onde este trabalha e onde almoçaram, refere a mesma missiva. 

Na aula que deu, Marcelo abordou as agressões em Olhão, "mas também as condições de acolhimento noutras zonas do País", lamentando as vítimas do incêndio deste fim de semana na Mouraria.

Aos jovens, lembrou que "devemos aos imigrantes, que no nosso País procuram uma vida melhor e ajudam a nossa economia e a nossa sociedade, o mesmo respeito e condições de vida que sempre desejámos, ao longo das décadas, para os emigrantes portugueses nos países para onde foram viver".

Marcelo Rebelo de Sousa já na sexta-feira passada tinha exprimido o seu “repúdio indignado” pelas agressões xenófobas ao jovem nepalês e considerou que este ato, “praticado por outros jovens, portugueses”, constitui “um alerta para os pais e educadores quanto ao risco de um clima que é tudo menos democrático”.

Recorde-se que um imigrante nepalês foi espancado na noite do dia 25 de janeiro, quando se dirigia até casa. Garantindo desconhecer os motivos por detrás da agressão, o homem adiantou ter ficado sem os 350 euros que tinha consigo, além de ter sido pontapeado, esmurrado e arrastado. Foi também agredido com um pau, tendo um dos agressores tentado, inclusivamente, atear fogo ao seu cabelo.

O homem estaria acompanhado por um colega, que conseguiu escapar ao grupo de cerca de 10 pessoas. Contudo, este viria a encontrar-se com os mesmo jovens dois dias depois, quando roubaram a aliança de casamento à mulher.

Um outro imigrante revelou também que o grupo “costuma andar por ali”, relatando agressões recorrentes no mesmo local. O caso veio à tona depois de vídeos da agressão terem sido divulgados nas redes sociais.

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