Numa conferência de conjunta, os três municípios alertaram hoje o Governo para a necessidade de "ter em conta critérios mais alargados" do que aqueles que foram analisados num estudo sobre a localização do futuro hospital do Oeste, cuja decisão o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, anunciou que será divulgada até ao final de março.
O estudo, encomendado pela Comunidade Intermunicipal do Oeste, aponta o Bombarral (no distrito de Leiria), como a localização ideal para o hospitalar que deverá servir todos os concelhos do Oeste, escolha que tem sido contestada pelos municípios das Caldas da Rainha e de Óbidos, defendendo a construção do equipamento na confluência destes dois concelhos.
À contestação juntou-se hoje o presidente da Câmara de Rio Maior, Filipe Santana Dias (PSD), alegando que "deslocalizar para fora do concelho das Caldas da Rainha esta unidade hospitalar" deixará cerca de 12 mil pessoas do seu concelho com "menos disponibilidade de serviços e menos qualidade de serviço, a partir do momento em que a distância ao hospital se torna maior".
De acordo com o autarca, apesar de Rio Maior ter como referência o Hospital de Santarém, "grande parte da população continua a ser servida nas Caldas da Rainha, nomeadamente nos serviços de obstetrícia".
Contestando que a escolha seja feita "meramente a regra e esquadro", privilegiando o critério da distância aos concelhos do norte e do sul do Oeste, o autarca desafiou o ministro da Saúde a ir ao terreno para "perceber realmente o que é a influência do Centro Hospitalar do Oeste no concelho de Rio Maior", lembrando que "não é no conforto do gabinete que se conhece o país real".
A posição da autarquia de Rio Maior junta-se à contestação a que os concelhos das Caldas da Rainha e Óbidos têm vindo a dar voz, criticando os critérios utilizados no estudo para definir a localização e perfil assistencial do hospital, cujas conclusões deverão sustentar a decisão do Governo.
Na conferência de imprensa realizada nas Caldas da Rainha, o presidente desta autarquia, Vitor Marques (independente), e o de Óbidos, Filipe Daniel (PSD), lembraram que desde a adjudicação do estudo que defendem o alargamento dos critérios e contestam as conclusões do documento que pode determinar que o hospital seja construído no Bombarral, deixando "depauperada a zona norte do Oeste".
Em alternativa, os três municípios defendem que o novo hospital seja construído num terreno na confluência de Óbidos e Caldas da Rainha, com um área total de 196 mil metros quadrados e uma área bruta de construção de 75 mil metros quadrados, que permitirá servir uma população de perto de 360 mil pessoas dos concelhos de Torres Vedras, Alcobaça, Caldas da Rainha, Alenquer, Peniche, Lourinhã, Rio Maior, Nazaré, Bombarral, Cadaval e Óbidos.
Acessível através das autoestradas 8 (que liga a Lisboa) e 15 (que liga a Santarém), ao itinerário principal 6 (que liga a Peniche) e com ligações a estações rodoviárias e ferroviárias o local permitirá ainda a construção de 1.700 lugares de estacionamento.
Na proposta das autarquias, o novo hospital poderá incluir 600 camas de internamento, seis salas de maternidade e seis blocos operatórios, bem como 69 postos de tratamento no hospital de dia, entre outros serviços e especialidades.
A construção do novo hospital nesta localização está também a ser defendida numa petição pública subscrita por vários partidos políticos e que o primeiro subscritor, o social-democrata Paulo Espírito-Santo, disse hoje à agência Lusa reunir "mais de cinco mil assinaturas".
Os três autarcas afirmaram que irão continuar a bater-se pela localização do novo hospital na confluência dos dois concelhos até que seja conhecida a decisão do Governo, que admitem aceitar se for contrária aquela que defendem.
O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, tendo uma área de influência constituída pelas populações dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.
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