O presidente da Câmara Municipal da Lisboa, Carlos Moedas, apresentou, esta sexta-feira, as soluções para o orçamento do altar-palco da Jornada Mundial da Juventude. Em conferência de imprensa, o autarca destacou a “descida substancial da altura do palco” no Parque Tejo que passará de nove para quatro metros e que passará a ter um custo de 2,9 milhões de euros.
"O valor que apresentámos, que era de 4,2 milhões de euros, passa para 2,9 milhões de euros", disse em conferência de imprensa.
“Uma substancial redução do preço em 30%”, destacou.
Moedas lembrou, no entanto, que a alteração do palco “terá um impacto daquela que é visibilidade daquele que é a Sua Santidade, o Papa”.
Já sobre o Parque Eduardo VII, o presidente de Lisboa revelou que o palco será pago pela Igreja e terá um custo 450 mil euros. "A Jornada Mundial da Juventude, a sua organização local e Américo Aguiar [bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Fundação JMJ] decidiram financiar este palco no Parque Eduardo VII", afirmou.
Segundo Moedas, trata-se de uma "redução de custos de 1,7 milhões de euros".
E deixou uma mensagem: "Um evento destas dimensões tem custos e todos os portugueses, os lisboetas, todos nós, estamos conscientes de que temos estes custos. Eu estou aqui para assumir pessoalmente todos estes custos porque são justificáveis e trarão retorno à cidade que vai muito para além do retorno financeiro".
Carlos Moedas explicou ainda que o investimento da autarquia de Lisboa será 35 milhões de euros, mas que "muito desse investimento ficará para a cidade". "Ou seja, até 25 milhões de euros ficarão na nossa cidade. Portanto, o que nós estamos aqui a falar é de um investimento líquido de 10 milhões de euros", referiu.
Por seu lado, o presidente da Fundação JMJ, Américo Aguiar, afirmou que todos os responsáveis pelo evento "estão a aprender" e lembrou que estão a ser "preparadas logísticas que nunca foram preparadas no país". "Dói pessoalmente, como cidadão e como bispo, que, às vezes, estejamos num contexto de que todos somos ladrões, vigaristas", lamentou.
Marcelo já se tinha mostrado "satisfeito" com possível redução de custos
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já tinha avançado esta sexta-feira que os custos dos palcos podiam reduzir para "muito menos de metade".
"Era bom. Quer dizer que, em vez de sete milhões [valor aproximado da soma dos dois palcos], se passa para dois e 900. Eu acho que valeu a pena aquilo que a comunicação social e muita gente, [aquilo que] a sociedade portuguesa fez, como apelo, e nestes tempos difíceis de guerra, de inflação", respondeu Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, quando questionado sobre a redução do valor do altar-palco do Parque Tejo, a cargo da Câmara de Lisboa, para 2,9 milhões e sobre a passagem do palco do Parque Eduardo VII para a responsabilidade da Igreja Católica.
Os custos da JMJ têm estado em destaque depois de ser conhecido que a construção do altar-palco no principal espaço do evento, o Parque Tejo, foi adjudicada pelo município de Lisboa (num ajuste direto) à Mota-Engil por 4,24 milhões de euros (mais IVA), somando-se a esse valor 1,06 milhões de euros para as fundações indiretas da cobertura.
As necessidades do evento, as características do terreno e o retorno económico - este palco, com nove metros de altura e capacidade para 2.000 pessoas, permanecerá no local - têm sido apontados como argumentos para o investimento.
No Parque Eduardo VII (para onde estão previstos a missa de abertura, o acolhimento do Papa Francisco e a Via-Sacra) haverá outro palco, que tinha um custo estimado de até dois milhões de euros e que será retirado no final da Jornada.
Em janeiro, a autarquia referiu que este palco seria alvo de um concurso internacional.
[Notícia atualizada às 13h44]
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