Com 150 mil em Lisboa, Fenprof promete nova greve caso não haja acordo
Ao final da tarde, ainda não tinham chegado ao Terreiro do Paço milhares de pessoas que desceram a Avenida da Liberdade.
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País Professores
O secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, anunciou este sábado que a manifestação deste sábado contou com mais de 150 mil professores e educadores pelas ruas de Lisboa.
No início da sua intervenção, no palco montado no Terreiro do Paço, o sindicalista disse que "os colegas de Faro vinham a meio da avenida - a manifestação vem por ordem alfabética - e a polícia disse que, à vontade, tinham passado mais de 100 mil professores".
Para o dirigente sindical, esta foi "provavelmente" a "maior manifestação de sempre de professores e educadores em Portugal".
Mário Nogueira queixou-se também dos números apontados pelo Ministério da Educação, que considerou "desonesto" por declarar uma adesão à greve por distritos muito menor do que o valor apontado pelos sindicatos. Segundo a Fenprof, a greve de professores por distritos teve adesão de 94%.
"Como é que tem a lata para dizer que uma greve que fecha as escolas quase todas no distrito tem uma adesão de 10%? Anda a ver muito mal o doutor João Costa, aconselha-se a comprar uns óculos", argumentou.
Esta greve por distritos não tardará em ser renovada, com o secretário-geral da Fenprof a anunciar em palco que está marcada uma nova greve de professores no dia 2 e 3 de março, caso não se chegue a um acordo após as próximas negociações.
Perante a sugestão do ministro da Educação sobre uma conclusão das negociações com os sindicatos na próxima semana, entre os dias 15 e 17 de fevereiro, Mário Nogueira garantiu que os representantes dos profissionais de educação querem compromissos por parte do executivo. "O Governo tem que dar muitos passos em frente", afirmou.
O dirigente da Fenprof deixou um alerta antes das negociações, deixando claro que os sindicatos não vão "aceitar nunca que desta negociação não saia a recuperação integral do tempo de serviço", reiterando que "o tempo trabalhado não pode ser roubado".
"Que se mudem as opções. OP Governo tem de perceber que não pode andar atrás de contas certas, deixando que a escola pública, a saúde e um conjunto de serviços que é o Estado que tem de garantir estejam a perder qualidade, que haja um desinvestimento e subfinanciamento à conta de umas contas certas que só são contas certas para as grandes potências da União Europeia, não são contas certas para os portugueses e para o desenvolvimento do nosso país", apontou.
O discurso foi muito crítico contra o Governo e contra o ministro, João Costa, mas Mário Nogueira prometeu que a luta dos professores não vai ficar por aqui, pedindo que as escolas por todo o país tenham "faixas negras" durante a próxima semana, que pretende que seja "de luto e de luta".
O sindicalista apela que esta forma de protesto seja levada a cabo nos dias 15 e 17 de fevereiro, durante as negociações, para que "todas as escolas do país tenham momentos de paragem e de permanência à porta".
[Notícia atualizada às 19h47]
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