A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja divulgou, esta segunda-feira, o sumário executivo do relatório final sobre o tema, cujas conclusões foram apresentadas hoje, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
O organismo destacou ter recebido 512 testemunhos válidos, num universo de 564 comunicações e de, pelo menos, 4.815 vítimas.
O pico de casos terá ocorrido entre 1960 e 1990, com 25% destes reportados desde 1991. Cerca de 77% dos agressores são padres, que abusavam uma maioria de vítimas do sexo masculino, com uma média 11,2 anos de idade.
Pelo menos 25 casos foram enviados ao Ministério Público (MP), contendo uma lista com os nomes dos alegados abusadores, que foi, também, partilhada com a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP). A lista com os abusadores no ativo será elaborada e enviada tanto ao MP, como à CEP, "até ao final do mês".
Os casos de abusos sexuais revelados ao longo de 2022 abalaram a Igreja e a própria sociedade portuguesa, à imagem do que tinha ocorrido com iniciativas similares em outros países, com alegados casos de encobrimento pela hierarquia religiosa a motivarem pedidos de desculpa, num ano em que a Igreja se vê agora envolvida também em controvérsia, com a organização da Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa.
Também esta segunda-feira será conhecida a primeira reação da CEP, presidida pelo bispo de Leiria-Fátima, José Ornelas, sendo que já convocada uma assembleia plenária extraordinária da CEP para analisar o relatório, a 3 de março.
Consulte aqui o sumário executivo: Relatório Final - Sumário Executivo da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja
Versão na íntegra: Relatório Final - Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja
[Notícia atualizada às 14h48]
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