Menos de 10% dos reclusos com hepatite C tiveram acesso a tratamento
Menos de 10% dos reclusos portugueses diagnosticados com hepatite C fizeram tratamento nos últimos 12 meses, revela o relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre saúde nas prisões, que é hoje apresentado em Lisboa.
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País Prisões
Reportando-se a dados de 2020 fornecidos pelos mais de 30 estados da região europeia da OMS que foram incluídos neste relatório, o documento regista que Portugal tem um total de 965 reclusos diagnosticados com hepatite C, 8,5% da população prisional desse ano (total de 11.412 pessoas). Das patologias para as quais foram fornecidos dados para o relatório, a hepatite C foi a que registou maior incidência de diagnósticos entre reclusos.
No entanto, o mesmo documento indica que somente 81 dos infetados com hepatite C receberam tratamento antiviral nos 12 meses anteriores, 8,4% dos reclusos diagnosticados.
A hepatite C é uma inflamação do fígado provocada pelo vírus da hepatite C que, quando crónica, pode conduzir à cirrose, insuficiência hepática e cancro, de acordo com a página eletrónica do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Segundo o relatório de 2022 do Programa Nacional para as Hepatites Virais (PNHV), a hepatite C é a primeira infeção crónica viral e oncogénica com cura possível, estando o tratamento disponível em Portugal desde 2015 com taxas de cura superiores a 95%.
A OMS definiu como meta a redução em 90% do número de novos casos de infeção por hepatite B e C e da mortalidade associada em 65% até 2030.
As hepatites virais foram reconhecidas como uma das principais causas de mortalidade a nível mundial, causando cerca de 1,34 milhões de mortes por ano (cerca de 4.000 por dia), ultrapassando a causada por outras doenças infecciosas, incluindo a infeção pelo VIH (680.000), a malária (627.000) e a tuberculose (1,4 milhões).
Apesar de serem conhecidas cinco hepatites (A, B, C, D e E), as mais relevantes são as hepatites B e C, sendo os seus agentes causadores classificados como vírus que podem evoluir para casos crónicos e para cirrose hepática com elevado risco de cancro.
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