Em 2006, Gisberta Salce Junior, uma mulher brasileira trans, de 45 anos, foi encontrada morta na cidade do Porto, depois de ter sido agredida e violada por um grupo de 14 adolescentes.
Gisberta foi encontrada submersa no fosso de um prédio inacabado, no Campo 24 de Agosto, depois de um dos jovens ter contado o sucedido a um professor. O grupo acreditava que Gisberta estava morta e desfez-se do corpo.
Um perito médico-legal concluiu que morreu vítima de afogamento e que as lesões que lhe foram infligidas pelos menores não eram fatais.
O crime abalou a cidade do Porto e despertou a atenção do país para a transfobia e intolerância e ódio contra a comunidade LGBTI+.
Dos 14 menores, 13 foram condenados a internamentos em centros educativos que variaram entre 11 e 13 meses. O único jovem com 16 anos foi julgado como adulto e condenado a oito meses de prisão domiciliária pelo crime de omissão de auxílio.
O corpo que Gisberta acabou por ser trasladado para o Brasil, graças à solidariedade de amigos. Em Portugal, Gisberta é apontada como símbolo de discriminação múltipla e o seu caso chocante frequentemente usado pelas associações LGBTI+ como exemplo de preconceito.
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