Assassinato de Gisberta chocou o Porto e o país há 17 anos

Gisberta era uma mulher trans, seropositiva e imigrante brasileira em situação irregular, que vivia nas ruas e dormia num prédio abandonado.

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Marta Amorim
22/02/2023 17:23 ‧ 22/02/2023 por Marta Amorim

País

Gisberta Salce Júnior

Em 2006, Gisberta Salce Junior, uma mulher brasileira trans, de 45 anos, foi encontrada morta na cidade do Porto, depois de ter sido agredida e violada por um grupo de 14 adolescentes.

Gisberta foi encontrada submersa no fosso de um prédio inacabado, no Campo 24 de Agosto, depois de um dos jovens ter contado o sucedido a um professor. O grupo acreditava que Gisberta estava morta e desfez-se do corpo.

Um perito médico-legal concluiu que morreu vítima de afogamento e que as lesões que lhe foram infligidas pelos menores não eram fatais.

O crime abalou a cidade do Porto e despertou a atenção do país para a transfobia e intolerância e ódio contra a comunidade LGBTI+.

Dos 14 menores, 13 foram condenados a internamentos em centros educativos que variaram entre 11 e 13 meses. O único jovem com 16 anos foi julgado como adulto e condenado a oito meses de prisão domiciliária pelo crime de omissão de auxílio.

O corpo que Gisberta acabou por ser trasladado para o Brasil, graças à solidariedade de amigos. Em Portugal, Gisberta é apontada como símbolo de discriminação múltipla e o seu caso chocante frequentemente usado pelas associações LGBTI+ como exemplo de preconceito.

Leia Também: Professor despedido por transfobia arrisca multa ao voltar à escola

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