Há três anos, no dia 2 de março de 2020, a antiga ministra da Saúde, Marta Temido, confirmava os dois primeiros casos de Covid-19 em Portugal. Dois homens, que tinham regressado de uma viagem ao estrangeiro, estavam internados com SARS-CoV-2 em hospitais do Porto.
Apesar da apreensão que os casos suscitaram logo à partida, ninguém imaginava as mudanças por que todos nós teríamos de passar.
A DGS e o Governo emitiam as primeiras recomendações. Lavar as mãos, utilizar álcool e gel desinfetante, manter a distância. Ah! E evitar beijos e abraços, algo que para o Presidente da República não foi fácil começar a cumprir. Na altura, Marcelo Rebelo de Sousa chegou a ser criticado por ter ido a um evento e ter distribuído muitos 'beijinhos'.
No início as máscaras não eram recomendadas, mas rapidamente começaram a fazer parte do dia a dia e ainda hoje, depois de terem deixado de serem obrigatórias, há quem as use por receio de apanhar coronavírus.
Durante longos meses, Portugal (e o mundo) lidou com estados de emergência, situações de alerta, isolamentos, internamentos e mortes devido ao SARS-CoV-2. Um vírus até ao momento desconhecido e com origem na China.
As vacinas contra o coronavírus chegaram em formato de presente e foram recebidas com pompa e circunstância, a 27 de dezembro de 2020, dia que ficou para a história de Portugal e de tantos outros países europeus.
No total, em três anos, a Covid-19 matou 26.215 pessoas em Portugal e infetou 5.556.392.
A ocupação das camas dos hospitais esteve na origem de muitas das medidas restritivas. A 4 de fevereiro de 2021, quase um ano depois de terem sido diagnosticados os primeiros casos de Covid-19 em Portugal, os Cuidados Intensivos ameaçavam entrar em colapso com 904 pessoas internadas em simultâneo. As estimativas dos profissionais de saúde apontam para que mais de 30 mil pessoas tenham passado pelos Cuidados Intensivos desde o dia 2 de março de 2020.
Em enfermaria, o pico registou-se em janeiro de 2021, com 6.869 pessoas internadas nos hospitais portugueses. No total, terão sido mais de 100 mil os utentes que tiveram de ser internados devido à Covid-19 nestes três anos.
Além da doença, do luto, da solidão e do medo, a Covid-19 trouxe consequências económicas para Portugal, levando o país a uma das maiores crises da sua história.
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