Vestida com o seu uniforme, Zulma Stefania Perez refletiu, em declarações à Associated Press, às suas primeiras semanas de treino numa base militar na capital colombiana - e sobre como está a viver o facto de ser uma das primeiras recrutas femininas da Colômbia em mais de duas décadas.
"Os exercícios físicos que temos de suportar são os mesmos" que os dos homens, contou a recruta, que acrescentou: "Ser mulher não nos torna menos capazes. Na verdade, há muitas capacidades e pontos fortes que temos e que os homens podem não ter".
Esta mulher, agora com 24 anos, faz parte de um grupo de 1.296 mulheres que se alistaram no exército da Colômbia em fevereiro, mês em que o país da América do Sul voltou a permitir às mulheres que fizessem, tal como os homens, o serviço militar - algo que não acontecia há 25 anos.
Isto apesar de, já há largos anos, a Colômbia obrigar os homens com idades compreendidas entre os 18 e os 24 anos a cumprir a recruta - durante a qual integram as bases do exército, protegem infraestruturas críticas e executam tarefas administrativas, enquanto os soldados de profissão lidam com os gangues de tráfico de droga e com os grupos rebeldes.
No mês passado, o exército passou a permitir que as mulheres pertencentes à mesma faixa etária também se alistassem voluntariamente, naquilo que a instituição diz ser parte de um esforço para "reforçar o papel das mulheres" nas suas fileiras.
"Desde pequena que sempre quis usar este uniforme com orgulho, disciplina e honra" disse Yariany Alvarez, uma recruta de 20 anos em Bogotá, que tem um tio polícia - algo que a motivou a seguir esse exemplo.
Apesar de ter em conta que este se trata de um "trabalho perigoso", Yariany diz não ter medo e mostra vontade de evoluir: "se aprendermos os nossos exercícios e seguirmos as instruções, penso que seremos capazes de nos destacar".
De momento, o exército colombiano conta com cerca de 200 mil soldados. Cerca de 1% são mulheres, que até agora aderiram após frequentarem universidades militares ou de se candidatarem a empregos administrativos.
Leia Também: Equador rejeita receber hipopótamos de Escobar da Colômbia
