Em protesto, mais de 200 funcionários concentraram-se de manhã junto ao Ministério do Ambiente e Ação Climática, em Lisboa, e um grupo de representantes acabou por ser recebido por dois assessores do Governo.
"Ficaram sensibilizados com as questões que colocámos, mas mais nada", referiu Pedro Salvado à Lusa.
A tabela salarial, mas também a gestão do serviço, como a limpeza de espaços, e a permanência de trabalhadores na empresa preocupam os trabalhadores, que, para hoje serem ouvidos pela tutela, estiveram ausentes do serviço, o que levou ao encerramento dos espaços geridos pela Parques de Sintra -- Monte da Lua (PSML), como os palácios nacionais de Sintra e da Pena.
Pedro Salvado referiu que, com a falta de respostas imediatas, os trabalhadores avançam com uma greve durante três dias consecutivos, na semana da Páscoa, em todos os espaços geridos pela empresa, no concelho de Sintra (distrito de Lisboa).
Numa nota enviada à Lusa, a administração da PSML admite que são formados, anualmente, vários profissionais, mas que não existe capacidade para os manter ou captar.
Para manter os colaboradores e responder às principais reivindicações sindicais, a empresa afirma que "tem desenvolvido várias diligências e todos os esforços no sentido de resolver o problema estrutural" e que estão a ser "concretizadas todas as diligências necessárias para a resolução das razões de foro salarial".
Na terça-feira, Pedro Salvado tinha já referido que o SINTAP apresentou, no final do ano passado, uma proposta reivindicativa que representava uma atualização salarial de 7,5%, garantindo um aumento mensal não inferior a 80 euros para todos os trabalhadores.
Perante "o silêncio" da administração, e após nova reunião em janeiro, onde não foi apresentada nenhuma contraproposta, as reivindicações foram reformuladas: é exigido um aumento de 14% para trabalhadores que fazem 40 horas semanais e de 7% para os que fazem 37,5 horas semanais.
São ainda pedidos um aumento mínimo de 52 euros para todos os trabalhadores, um salário de 1.320 euros no início da carreira de técnico superior, subsídio de alimentação no valor de 8,32 euros, retroativos a janeiro deste ano e seguro de saúde no Acordo de Empresa.
Segundo o sindicalista, a empresa enfrentou dificuldades durante a pandemia de covid-19, tendo sido obrigada a contrair um empréstimo, que ainda está a pagar.
"A desculpa da empresa é que, por causa da dívida, não pode aumentar salários. Mas, neste momento, a empresa já tem condições para o fazer", realçou, acrescentando que, "das pessoas que entraram este ano para a empresa, 50% já saíram".
De acordo com o SINTAP, "os trabalhadores exigem igualmente a valorização das carreiras de assistentes técnicos e chefes de equipa, a valorização dos técnicos superiores, aproximando o seu salário ao que está em vigor na Administração Pública para uma manutenção dos quadros e evitando a fuga dos trabalhadores mais qualificados".
A PSML é uma empresa de capitais exclusivamente públicos, criada em 2000, sendo acionistas a Direção-Geral do Tesouro e Finanças, o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, o Turismo de Portugal e a Câmara Municipal de Sintra.
É responsável pela gestão do Parque e Palácio de Monserrate, Castelo dos Mouros, Palácio Nacional de Sintra, Parque e Palácio Nacional da Pena, Convento dos Capuchos, Chalet e Jardim da Condessa d'Edla, Farol do Cabo da Roca, Palácio Nacional e Jardins de Queluz, Vila Sassetti, Escola Portuguesa de Arte Equestre e Santuário da Peninha.
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