Educação? "Cada vez há menos pessoas a querer abraçar estas profissões"
Realiza-se, esta quarta-feira, mais uma ronda de negociações entre os sindicatos da Educação e o ministério.
© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images
País STOP
O líder do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP), André Pestana, falou, esta quarta-feira, à margem de mais uma reunião com o Ministério da Educação, em Lisboa.
"Há desvalorização da escola pública. Cada vez há menos pessoas a querer abraçar estas profissões, que são nevrálgicas para mantermos uma sociedade mais democrática e mais justa", referiu o responsável.
Questionado pelos jornalistas sobre se reconhece alguma cedência por parte do ministério tutelado por João Costa, dada a inclusão dos técnicos especializados na mesa das negociações, uma reivindicação deste sindicato, Pestana notou que esta era uma situação paradigmática. "Toda a gente sabe que até os municípios só terão dinheiro para contratar mais [pessoas] ou [ter] melhores condições, se o dinheiro vier do governo central. O ministério aceitou devido à luta, não devido ao STOP, que apenas deu os meios legais para que essa luta se pudesse materializar e, de facto, queremos discutir os técnicos superiores de educação, os operacionais e todos os outros profissionais. Acima de tudo, queremos discutir a escola pública que queremos para o nosso país", apontou o líder sindical.
Pestana referiu ainda que a ronda negocial que acontece na manhã desta quarta-feira, se houvesse o reconhecimento de que o "último decreto aprovado é negativo". O líder referia-se ao documento aprovado em Conselho de Ministros, na quarta-feira, e que prevê o novo regime de gestão e recrutamento de professores, que foi tema em cima da mesa de negociações durante cinco meses. O Conselho de Escolas deu um parecer negativo a este decreto-lei, como lembrou Pestana. "Nenhum sindicato concordou com o tal decreto-de lei", defendeu.
O líder do STOP foi ainda questionado sobre se, face a este exemplo, estas rondas negociais tinham sido em vão. Reconhecendo que houve abertura por parte do ministro em termos de discussões, Pestana identificou que houve conversações que "não se materializaram".
Referindo-se às propostas que serão eventualmente discutidas durante o encontro, nomeadamente, a contagem do tempo de serviço. Pestana lembrou que nos últimos seis encontros estes documentos foram enviados "em cima da hora" e mesmo "durante a reunião". "Receber na própria reunião prejudica produtividade", atirou, sublinhando que só receberam "cinco tópicos vagos". O líder lembra ainda que a reunião foi adiada de dia 20 para hoje, o que significa que deveria haver algo mais concreto do que os tópicos referidos.
[Notícia atualizada às 9h04]
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