Saúde? "Temos demasiados doentes nas urgências, e por demasiado tempo"
O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, explicou que esse é o problema que está na base dos relatos que dão conta de eventuais casos de falta de comida no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
© Rita Franca/NurPhoto via Getty Images
País Saúde
O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, garantiu esta quarta-feira estar bem ciente dos "problemas e dificuldades" que atualmente existem no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
"Não escondo, nem diminuo, os problemas e as dificuldades que temos. Mas devo dizer que tenho a absoluta certeza de que o SNS cá estará, como sempre, para dar resposta às necessidades das pessoas", disse o governante, em declarações aos jornalistas em Lisboa, após ter presidido à Sessão de Abertura do I Encontro 'Pausa para a Saúde Mental – Uma Reflexão no Ensino Superior'.
Perante tal cenário de dificuldades, Manuel Pizarro destacou que o Governo se compromete a "continuar a trabalhar, em conjunto com os profissionais, com os especialistas e com a comunidade, para gerar uma resposta que seja organizada, estruturada (...), que gere qualidade e segurança para os utentes e para os profissionais". Em causa está um processo que, no entanto, deve ser feito "com a maior tranquilidade possível", argumentou.
Questionado acerca das denúncias, noticiadas na terça-feira, que dão conta de que há casos de falta de comida no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, o ministro da Saúde garantiu que, de momento, tem ainda um "conhecimento muito lateral sobre a situação". Porém, o governante elaborou que "terá acontecido isso em alguns casos de utentes que estavam no serviço de urgência".
Perante esta questão, Pizarro reconheceu que é preciso ser feito um "trabalho nos serviços de urgência de vários hospitais do país, desde logo nos da Grande Lisboa, porque há um incómodo, que eu lamento, das pessoas terem sido alimentadas fora da hora normal da refeição". Porém, explicou o ministro, tal "resulta de um problema de base: que temos demasiados doentes nas urgências, e por demasiado tempo. E é a montante que temos de resolver o problema".
Sobre esta questão, Manuel Pizarro considerou ainda que, "no serviço de urgência, é difícil pedir aos profissionais que tratem o tema da alimentação como a maior prioridade dos utentes que ali estão. Se os doentes estão em risco de vida (...), é evidente que essa é a prioridade dos profissionais".
O ministro da Saúde acrescentou, assim, que tal "explica que, num caso ou em outro, a alimentação pode ter sido indesejavelmente adiada para fora do período normal". Um problema que, reforçou, só existe porque os "doentes permanecem por demasiado tempo nas urgências".
Questionado, por outro lado, sobre a temática das urgências obstétricas, Manuel Pizarro elaborou: "se me pergunta se posso garantir que estarão abertas todas as maternidades, todos os dias, isso eu não posso garantir. Agora, posso garantir que as pessoas terão sempre uma alternativa, que essa alternativa será clara e que permitirá a cada grávida organizar-se".
As declarações foram proferidas pelo responsável máximo pela pasta da Saúde já após ter sido confirmado um plano de reorganização de urgências de pediatria na Região de Lisboa e Vale do Tejo - que vai implicar o encerramento de alguns destes serviços.
[Notícia atualizada às 11h15]
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