Professor de Viana do Castelo começa greve de fome na segunda-feira
Docente deixou ainda um recado ao Presidente da República.
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País Educação
Luís Sottomaior Braga, professor de História no Agrupamento de Escolas da Abelheira, no distrito de Viana do Castelo, começa na segunda-feira uma greve de fome, contra "uma lei de concursos muito má", bem como outras posições do Governo perante a classe docente.
"Houve greves, com efeito visível, em diferentes modelos. [...] O resultado dessa ação cidadã intensa parece ter sido desvalorizado pela atitude pouco aberta e autocrática do Governo. [...] O Governo tenta impor (falta o presidente concordar) uma lei de concursos muito má", disse o professor numa publicação no Facebook.
Nessa mesma nota, falando em "desobediência civil", Luís Sottomaior Braga anunciou que realizará uma greve de fome a começar às 00h de segunda-feira, 10 de abril.
O Governo "foge aos outros assuntos" e "fez uma proposta de recuperação do tempo, pornográfica e ofensiva a quem trabalha, e adotou a tática, acolitado pelo Presidente, de 'arregaçar as calças e deixar passar a enxurrada' e 'esperar que eles se cansem'", acusou ainda.
Luís Sottomaior Braga disse que, "perante a imoral indiferença política do Governo", que "ignora o protesto democrático ordeiro e sonoro e se refugia na sua, meramente formal, maioria absoluta", há que "procurar novos caminhos".
"Sei que vou ser muito criticado de muitos ângulos. Vou ficar exposto e isso vai suscitar reações. Mas a greve de fome é isso mesmo: um indivíduo sozinho enfrenta os argumentos do poder com a força da sua resistência e liberdade individual", argumentou ainda o docente, dizendo ter "o dever de dar este passo".
Porquê? Porque não tem filhos, é "saudável e relativamente jovem", consegue "dar a visibilidade necessária ao ato", com "apoio alargado e generoso de familiares e de amigos". Também tem, garantiu, "gordura corporal a mais, o que, se não houver outras complicações, permite prolongar a duração".
"O que me possa acontecer, e obviamente não desejo, será sempre responsabilidade do Ministro [da Educação], do Primeiro-ministro e do Presidente da República. Governem bem e com políticas justas e não é preciso fazer coisas destas", concluiu ainda.
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