Ornelas destaca compromisso da Igreja em "erradicar abusos sexuais"
José Ornelas destacou o esforço da Conferência Episcopal Portuguesa em garantir que os "ambientes eclesiais sejam cada vez mais seguros para as crianças, jovens e adultos vulneráveis".
© Getty Images
País Abusos na Igreja
O bispo José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), destacou, esta segunda-feira, o compromisso da Igreja em “erradicar os abusos sexuais” e frisou que a CEP quer ser “parte ativa na resolução deste drama, que se encontra transversalmente presente nos diversos quadrantes da sociedade”.
Na abertura da 206.ª Assembleia Plenária da CEP, que se realiza entre hoje e quinta-feira, em Fátima, o bispo José Ornelas frisou ainda que “este tem sido um percurso doloroso para todos, particularmente para os membros do clero”.
“Continuamos apostados no caminho que a Igreja tem vindo a percorrer para que os ambientes eclesiais sejam cada vez mais seguros para as crianças, jovens e adultos vulneráveis, e para que os crimes cometidos no passado possam ser reparados, na medida do possível, e não voltem a acontecer”, afirmou.
Lembrando que, em dezembro 2021, foi criada uma Comissão Independente para estudar os abusos na Igreja Católica, Ornelas considerou que as conclusões permitiram “aprofundar o conhecimento dramático desta realidade e as consequências devastadoras que tais crimes tiveram na vida de tantas crianças”.
“Reconhecer, pedir perdão e agradecer só têm sentido na medida em que são acompanhados de decisões e ações concretas para transformar a realidade”, destacou, acrescentando que a CEP tem “vindo a analisar e a integrar as recomendações resultantes do estudo da Comissão Independente”.
Segundo Ornelas, as “medidas cautelares provisórias de afastamento de funções de pessoas mencionadas” no relatório final da Comissão Independente, “não significam qualquer atribuição de culpa e têm de ser seguidas de ulterior processo de investigação a fim de apurar a realidade e eventual responsabilidade dos factos concretos”. “Até lá, ninguém pode ser considerado culpado”, destacou.
Neste sentido, e, de forma a “acolher e acompanhar de perto as vítimas”, Ornelas sublinhou que está a ser criado um Grupo de Acompanhamento, que deverá ter “autonomia necessária para acolher e acompanhar as vítimas e para assegurar o necessário apoio e a possível recuperação dos danos por estas sofridos, dispondo de uma linha de atendimento e de condições para o contato e acompanhamento pessoal”.
"Comprometidos que estamos em erradicar os abusos sexuais no seio da Igreja, queremos ser igualmente parte ativa na resolução deste drama, que se encontra transversalmente presente nos diversos quadrantes da sociedade", disse.
Sublinhe-se que a CEP reúne-se entre hoje e quinta-feira, em Fátima, com a eleição do novo presidente na ordem de trabalhos, havendo dúvidas sobre a continuação, ou não, de José Ornelas no cargo.
José Ornelas chega agora ao fim do primeiro mandato de três anos, podendo ser reconduzido por igual período. Nas últimas semanas, porém, têm surgido notícias que dão conta da sua alegada indisponibilidade para continuar no cargo.
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