A época balnear ainda nem sequer começou mas, com as temperaturas a convidar à praia - sendo esta sexta-feira uma exceção -, muita tem sido a afluência ao areal e há até já registo de vários incidentes no mar.

É o caso do fim de semana de Páscoa, no qual a Autoridade Marítima Nacional efetuou 33 resgates aquáticos em apenas três dias.

Mais recentemente, no passado domingo, foi resgatada uma jovem de 17 anos depois de mais de 20 horas no mar, numa prancha de paddle, após ter sido empurrada pelo vento, na praia do Coelho, em Vila Real de Santo António, no sábado. Entretanto, na terça-feira, um jovem de 25 anos desapareceu no mar numa praia de Ovar, no distrito de Aveiro.

Ao número de casos - que tem vindo a aumentar - acresce a preocupação dos concessionários com a falta de nadadores-salvadores, sobretudo no Algarve. Em Cascais, conforme garantiu a câmara municipal ao Notícias ao Minuto, o problema está ultrapassado.

Este é, aliás, um dos concelhos que já conta, desde o início deste ano, com vigilância, pelo menos nas praias mais concorridas. Assim sendo, mesmo no inverno, a câmara assegura nadadores-salvadores nas praias de Carcavelos, Parede, S. Pedro do Estoril, Moitas, Duquesa e Conceição. 

Com a possibilidade de dois fins de semana prolongados à vista à boleia dos feriados do 25 de Abril e do 1.º de Maio, outras autarquias tentam preparar-se para a afluência às praias.

Em Sintra, as praias vão ter vigilância de nadadores-salvadores ao fim de semana e feriados, até ao início da época balnear, que deverá ter início em meados de maio ou junho.

"A decisão da Câmara Municipal de Sintra surge na sequência da elevada afluência, que se tem vindo a verificar, de utentes às praias do concelho", lê-se num comunicado daquela autarquia.

O protocolo estabelecido com a Associação de Praias do Concelho de Sintra inclui a Praia da Adraga, Praia Grande, Praia das Maçãs, Praia do Magoito e Praia de S. Julião.

Na Costa de Caparica, que conta com 13 quilómetros de praias, a preocupação com a vigilância não é de agora. Almada tem, desde 2018, o Programa Praia Protegida, que define três níveis de empenhamento de meios.

"Neste momento, estamos na fase de Empenhamento de Reforço, em que a Câmara Municipal de Almada (CMA) disponibiliza oito viaturas de salvamento com 16 nadadores-salvadores, a que se juntam os meios que a Autoridade Marítima Nacional também disponibiliza", esclarece ao Notícias ao Minuto a Câmara de Almada, onde a época balnear terá início já a 1 de maio.

Com vista a acautelar situações  que coloquem em risco a segurança e a vida dos banhistas, numa altura em que, apesar das temperaturas elevadas, o mar ainda apresenta condições adversas à prática balnear, também a Autoridade Marítima Nacional reforçou a vigilância e fiscalização desde o dia 6 de abril.

Esse reforço tem sido levado a cabo com "diversas moto 4 tripuladas por militares da Marinha Portuguesa", com o objetivo de sensibilizar a população a evitar comportamentos de risco.

Segundo aquela autoridade, este reforço será gradualmente aumentado à medida que o verão se aproxima.

Próxima semana traz calor, mas ainda não é verão (apesar de parecer)

Depois do balanço trágico dos últimos dias, e apesar da previsão de precipitação para esta sexta e sábado, as autoridades preparam-se para nova afluência às praias, já que há dois fins de semana grandes na calha este mês: o 25 de Abril é na próxima terça-feira, oferecendo a possibilidade de ponte (a quem tirar um dia de férias na segunda-feira) e o 1.º de Maio é numa segunda-feira, colada ao fim de semana seguinte.

Além disso, as previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) indicam que a partir de segunda-feira se registe um aumento das temperaturas máximas e que, em algumas regiões, ultrapassem mesmo os 30ºC.

Contudo, na hora de dar um mergulho, todo o cuidado é pouco. A Autoridade Marítima Nacional deixa as seguintes recomendações aos banhistas:

• Vigiar permanentemente as crianças e não permitir que se afastem, mantendo-as sempre próximas de um adulto;
• Evitar comportamentos de risco, não se aproximando da água ou caminhar na areia molhada;
• Não virar as costas ao mar e oferecer sempre uma distância de segurança em relação à linha de água, evitando ser surpreendido por uma onda;
• Caso testemunhe uma situação de perigo dentro de água, não entre e peça ajuda através do 112.

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