Banco Alimentar da Madeira preocupado com redução de 50% nas recolhas
O Banco Alimentar da Madeira está preocupado com a redução de cerca de 50% nos produtos recolhidos, salientando que as previsões apontam para um aumento dos pedidos de ajuda.
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Em declarações à agência Lusa, a presidente do Banco Alimentar na região, Fátima Aveiro, disse que a procura por apoio tem aumentado desde janeiro, embora ainda não seja tão significativa como era esperado.
"Nós sabemos que é uma questão de tempo e, a manter-se este cenário, o aumento de pedidos é previsível", notou, indicando que desde o início do ano a instituição recebeu 25 novos pedidos de ajuda.
Fátima Aveiro salientou que este aumento tem a particularidade de dizer respeito a "famílias que nunca tinham pedido, mas que, por força das atuais circunstâncias, não conseguem suportar os encargos que têm".
"Têm muita dificuldade em pagar as suas dívidas, em manter os seus encargos com liquidez. Há pessoas que tinham a sua vida organizada, os seus encargos com o banco, com as prestações da casa, mas, por força desta inflação, as pessoas estão a ter muita dificuldade e, infelizmente, onde falta é na alimentação e cortam na alimentação", apontou.
Ainda assim, o Banco Alimentar está a apoiar atualmente menos pessoas (7.500) face às que apoiava há cerca de um ano (8.500), situação que se justifica, de acordo com Fátima Aveiro, com a retoma económica após a pandemia da covid-19 e a revisão dos processos das famílias pelas instituições.
Entretanto, com o aumento da inflação, "há aquelas que mantêm os seus empregos, mas o rendimento disponível não dá para assumir os encargos", reforçou.
Em sentido contrário à procura, a doação de produtos ao Banco Alimentar diminuiu significativamente, situação que preocupa a instituição.
Segundo a responsável, o Banco Alimentar recolheu 114 toneladas, entre janeiro e abril, sendo que no mesmo período do ano passado tinha recolhido cerca do dobro.
"Nós temos alimentos em 'stock', ainda vamos receber de campanhas que fizemos e que vêm através de transporte marítimo, mais aquelas que vamos arrecadar [...], mas é pouco face aquilo que nós estamos a apoiar agora e face às previsões de um cenário pior", afirmou Fátima Aveiro.
A presidente do Banco Alimentar manifestou, porém, esperança nas campanhas que se realizarão entre 04 e 14 de maio, para que seja possível "acautelar este previsível aumento que venha a acontecer".
"E, por outro lado, vamos tentar que as pessoas se mobilizem para a doação porque nós sabemos que nem todas as pessoas dão", acrescentou.
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