Este sábado, em conferência de imprensa, João Galamba considerou que se impunha esclarecer a verdade sobre a polémica que estalou esta semana e que o envolve a si e ao seu ex-adjunto, Frederico Pinheiro. O ministro das Infraestruturas disse que, quando esteve se encontrava em Singapura, Pinheiro "informou a engenheira Cátia Rosas de que teria notas" da reunião com a então CEO da TAP. De acordo com o governante, foi pedido ao assessor que fornecesse estes documentos.
De acordo com o que ministro, todos os documentos entregues à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à TAP foram entregues. "Incluindo as notas disponibilizadas por Frederico Pinheiro, sublinhando junto da CPI que se tratavam de notas pessoais, uma vez que a sua existência foi revelada apenas dois dias antes do envio e o seu conteúdo não tinha sido confirmado por nenhum dos presentes na reunião", afirmou.
"O ministério nunca quis ocultar a existência de quaisquer notas à CPI", vincou, explicando que, muito pelo contrário, foi por isso que se pediu a prorrogação do prazo para que fosse possível enviar essas notas.
"Nunca foi em momento algum reportada a existência de notas", explicou ainda, referindo-se aos momentos anteriores a Frederico Pinheiro ter dito, esta semana, que havia estes anotamentos. "Reitero a negação categórica das acusações de tentar condicionar ou omitir informações prestada à CPI da TAP", defendeu.
"Tenho todas as condições para participar neste Governo"
Galamba referiu ainda o comportamento violento de Frederico Pinheiro na tentativa de levar o computador que estava no ministério. "Estes factos foram devidamente comunicados às autoridades", asseverou.
"Há quatro testemunhas que negam que alguma vez tenha sido lido qualquer nota, e o que foi dito e referido foi que não existiam tais notas", explicou, referindo-se à reunião de 5 de abril, durante a qual o ex-adjunto defende que todos os presentes combinaram que havia as tais notas pessoais e informação informal em torno do qual gira toda esta polémica.
Questionado sobre os jornalistas sobre se tinha condições para se manter o cargo, Galamba reforçou que não há versões contraditórias e que essa decisão fica a cargo do primeiro-ministro, António Costa. "Entendo que tenho todas as condições para participar neste Governo", afirmou, contrariando assim os pedidos feitos por vários partidos, caso se verificasse que o ministro estaria a mentir.
O ministro reforçou ainda que nega categoricamente e as acusações do ex-assessor, e por duas razões: "As notas foram entregues, efetivamente, e pelo meu gabinete, não foram classificadas, foram disponibilizadas ao Parlamento à CPI".
Galamba referiu ainda que Pinheiro comunicou no último dia do prazo, a 24 de abril, que, afinal, tinha notas. "O facto que se segue a essa comunicação é a demonstração que queríamos entregar as notas - porque pedimos uma prorrogação para entregar as notas", apontou.
Ainda questionado sobre se houve perguntas combinadas entre socialistas e a ex-CEO da TAP, o ministro sublinhou que estas "mostram claramente que não há nenhuma combinação nem uma tentativa de ocultação da verdade".
Já sobre a intervenção dos Serviços de Informações de Segurança, o titular da pasta das Infraestruturas referiu que a PSP foi chamada depois de funcionárias que trabalham no ministério em questão estarem trancadas na casa de banho "depois de terem sido agredidas" por Frederico Pinheiro. Outras autoridades competentes foram chamadas por existir o roubo de um material que continha "um vastíssimo acerco de documentos classificados", entretanto já recuperado.
"O meu gabinete disponibilizou toda a informação à Comissão Parlamentar de Inquérito", reforçou o responsável pela pasta das Infraestruturas no final da sua intervenção.
[Notícia atualizada às 14h48]
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