Na conferência de imprensa de hoje, em que João Galamba procurou esclarecer a polémica que surgiu na sexta-feira com o seu adjunto exonerado, Fernando Pinheiro, o ministro foi questionado pelos jornalistas sobre se tinha ligado ao primeiro-ministro a pedir a intervenção do Serviço de Informações e Segurança (SIS).
"Eu não estava no ministério quando aconteceu a agressão à minha chefe de gabinete e à minha adjunta. Liguei imediatamente ao senhor primeiro-ministro. O senhor ministro estava, penso que a conduzir, e não atendeu. Liguei ao secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro a quem reportei este facto. Julgo que estava ao lado do secretário de estado, também junto do primeiro-ministro, da Modernização Administrativa", referiu.
Segundo o ministro, aquilo que lhe foi transmitido neste telefonema foi que "devia falar com a ministra da Justiça", o que garante ter feito.
"Reportei o facto e disseram-me que o meu gabinete devia comunicar estes factos àquelas duas autoridades, coisa que fizemos", explicou, referindo-se ao SIS e à Polícia Judiciária.
Nas palavras de João Galamba, depois de agredir duas pessoas do seu gabinete, Frederico Pinheiro "levou um computador" que era propriedade do Estado.
"E perante o facto de esse computador ter um amplo acervo de documentos classificados, a minha chefe de gabinete fez o que lhe competia. Reportou às autoridades competentes esse facto: foi roubado do Ministério das Infraestruturas um equipamento do Estado que contém documentos classificados e é meu dever reportar esse facto", tinha dito anteriormente.
Após a exoneração do adjunto, depois de regressar de uma viagem oficial a Singapura, João Galamba relatou que Frederico Pinheiro se dirigiu às instalações do ministério, em Lisboa, "procurando levar o computador de serviço", "recorrendo à violência para com uma chefe de gabinete e de uma assessora".
Na sequência do incidente, que levou cinco pessoas a fecharem-se numa das casas de banho do ministério, "com medo", segundo o ministro, foram contactadas a PJ e o SIS.
Na sexta-feira conheceu-se a exoneração de Frederico Pinheiro por "comportamentos incompatíveis com os deveres e responsabilidades" e as suas acusações a João Galamba, já negadas categoricamente pelo ministro das Infraestruturas, de que tinha procurado omitir informação à comissão de inquérito (CPI) à TAP.
O adjunto exonerado acusou o Ministério das Infraestruturas de querer omitir informação à comissão de inquérito à TAP sobre a "reunião preparatória" com a ex-CEO.
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