O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, recusou, esta terça-feira, comentar a polémica que envolve o ministro das Infraestruturas, João Galamba, e o seu ex-adjunto Frederico Pinheiro, e defendeu que há problemas mais exigentes.
“Não me quero pronunciar sobre isso. Como bem se pode observar, temos muitos assuntos que já são suficientes para merecer a nossa dedicação e a nossa entrega nesta missão de proteção de pessoas”, afirmou sobre a atual crise política, em declarações aos jornalistas, à margem de uma reunião com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), acompanhado pelo ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro.
Após ser questionado sobre a atuação do Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), que esclareceu hoje que por sua própria iniciativa pediu informações sobre a intervenção do Serviço de Informações e Segurança (SIS) no caso da recuperação do computador do Governo, alegadamente roubado por Frederico Pinheiro, o ministro da Administração Interna reiterou não querer comentar e defendeu a necessidade de esperar pelos resultados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)
“Convém todos, apesar de tudo, terem uma ponderação e um equilíbrio, evitando precipitações. Há um inquérito e é necessário esperar que esse inquérito tenha o seu desenvolvimento, em termos de investigação e de conclusões”, referiu. “É preciso mantermos uma serenidade”.
José Luís Carneiro sublinhou que “a vida internacional, a guerra na Europa, a inflação, o aumento do custo de vida já são de tal maneira exigentes que devem fazer com que todos nós sejamos capaz de garantir” aquilo que os portugueses “querem”, nomeadamente “paz e condições para realizarem a sua vida”.
O caso, recorde-se, envolve Galamba e o ex-adjunto Frederico Pinheiro, que foi exonerado na semana passada, após, segundo o próprio, se recusar a afirmar que "não existiam notas da reunião" entre membros do Governo, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista (GPPS) e a ex-CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, nas vésperas de uma audição à gestora, em janeiro.
Após ter sido demitido, Frederico Pinheiro ter-se-á dirigido ao Ministério das Infraestruturas, onde, de acordo com João Galamba, agrediu duas pessoas e "levou um computador" que era propriedade do Estado. O caso foi reportado ao secretário de Estado adjunto de António Costa e à ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, tendo-lhe sido dito que deveria comunicar ao Serviço de Informação e Segurança (SIS) e à Polícia Judiciária (PJ).
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