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Marcelo promete falar ao país sobre crise política, mas pede "calma"

Presidente irá pronunciar-se sobre a atual situação política do país, mas não esta quarta-feira.

Marcelo promete falar ao país sobre crise política, mas pede "calma"
Notícias ao Minuto

19:43 - 03/05/23 por Notícias ao Minuto com Lusa

País Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recusou pronunciar-se, esta quarta-feira, sobre a crise política vivida no país, referindo que reserva uma declaração para o tempo próprio: "talvez amanhã ou assim"

À saída do Palácio de Belém, antes de se dirigir a um restaurante para ir jantar, o chefe de Estado foi cumprimentando aqueles que encontrava no percurso, mas sempre sem falar aos jornalistas.

Antes, Marcelo disse que não queria falar sobre a polémica que envolve o ministro das Infraestruturas, João Galamba, dizendo que a tempo próprio falará ao país, mas que este não é o momento.

"Certamente eu terei oportunidade de dizer aos portugueses o que é que penso. Não agora. Hoje não", afirmou.

Já depois do jantar, o Presidente voltou a ser interrogado pelos jornalistas e atirou: "Falarei talvez, não sei, um destes dias, amanhã, ou assim".

"São tão curiosos. É preciso ter calma e não dar o corpo pela alma - já dizia o Pedro Abrunhosa", disse o Presidente aos jornalistas, já depois de afirmar que "ia comer um gelado", para depois ir "trabalhar".

De gelado na mão, o Presidente da República falou depois da sua agenda dos próximos dias, referindo que irá "partir muito cedo na sexta-feira" para Londres, para a coroação do monarca do Reino Unido, Carlos III, que será no sábado.

"Depois, sábado é até relativamente tarde. Sábado está cá o Presidente da Colômbia, é recebido pelo primeiro-ministro, depois janta comigo -- portanto, é sair de um para o outro. E depois ainda recebo o Presidente da Colômbia no domingo, vejam bem, que é uma loucura", prosseguiu.

No início da próxima semana estará na entrega de um prémio ao secretário-geral das Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, em Espanha, e depois no Parlamento Europeu, até quarta-feira: "Só paro cá já não sei quando, dia 10".

Quando lhe perguntaram se quinta-feira desta semana é o único dia livre que tem para falar ao país, contrapôs: "Há mais dias, há mais dias".

Marcelo Rebelo de Sousa recusou que o seu silêncio seja uma estratégia, afirmando que "não há estratégia nenhuma", ou que seja estranho: "Não, nada estranho. Quando é que falei, a última vez? Falei há três ou quatro dias, já não sei".

O chefe de Estado também não quis fazer analogias entre os sabores do seu gelado, "limão, framboesa e chocolate", e a situação política nacional ou as opções que tem em cima da mesa, depois de o primeiro-ministro ter decidido manter João Galamba como ministro das Infraestruturas, contra a sua opinião.

Na terça-feira à noite, Marcelo Rebelo de Sousa fez divulgar uma nota na qual realçou que "não pode exonerar um membro do Governo sem ser por proposta do primeiro-ministro" e afirmou que "discorda da posição deste quanto à leitura política dos factos e quanto à perceção deles resultante por parte dos portugueses, no que respeita ao prestígio das instituições que os regem".

Nessa nota, publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet pelas 21h25, o chefe de Estado mencionou que ao apresentar o seu pedido de demissão João Galamba invocou "razões de peso relacionadas com a perceção dos cidadãos quanto às instituições políticas", mas o primeiro-ministro "entendeu não o fazer, por uma questão de consciência, apesar da situação que considerou deplorável".

O primeiro-ministro estava nesse exato momento a terminar uma conferência de imprensa na residência oficial de São Bento iniciada cerca das 20h50, na qual anunciou que não aceitava o pedido de demissão de João Galamba do cargo de ministro das Infraestruturas: "Trata-se de um gesto nobre que eu respeito, mas que em consciência não posso aceitar".

António Costa considerou não poder imputar "qualquer falha" a João Galamba e repetiu vinte vezes a palavra "consciência" para justificar a sua decisão, pela qual se responsabilizou "em exclusivo", admitindo estar provavelmente a agir contra a opinião da maioria dos portugueses e certamente dos comentadores.

"Aquilo que tem sido repetidas vezes dito é o contrário do que eu apurei. Tem sido dito que o ministro quis ocultar informação à comissão parlamentar de inquérito -- é falso. Diz-se que o ministro deu ordens aos serviços de informações ou quis utilizar os serviços de informações -- também é falso", declarou.

O primeiro-ministro referiu ter informado o Presidente da República antes de anunciar publicamente a decisão de manter João Galamba como ministro das Infraestruturas, ressalvou o respeito pelas opiniões e decisões do chefe de Estado, mas realçou que é sua a competência de propor a nomeação e exoneração de membros do Governo.

[Notícia atualizada às 21h44]

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