"Lei para matar". Papa critica aprovação da eutanásia no Parlamento

O Papa Francisco criticou hoje a aprovação do decreto sobre a morte medicamente assistida, considerando que o parlamento português promulgou uma lei para matar.

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Lusa
13/05/2023 11:58 ‧ 13/05/2023 por Lusa

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Papa Francisco

"Hoje estou muito triste, porque no país onde apareceu Nossa Senhora foi promulgada uma lei para matar. Mais um passo na grande lista dos países que aprovaram a eutanásia", afirmou o Papa, no Vaticano, citado pela Agência Ecclesia.

O chefe de Estado do Vaticano discursava num encontro com centenas de representantes da União Mundial das Organizações Femininas Católicas, onde também falou sobre as celebrações do 13 de maio, "dia em que se celebram as aparições da Virgem Mãe aos pastorinhos de Fátima".

"Pensando na Virgem, olhemos para Maria como modelo de mulher por excelência, que vive em plenitude um dom e uma tarefa: o dom da maternidade e a tarefa de cuidar dos seus filhos, na Igreja", disse Francisco, citado pela Ecclesia.

O Papa, que vai estar em Portugal, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, que se realiza em Lisboa, entre 01 e 06 de agosto, e tem prevista uma deslocação ao Santuário de Fátima, salientou ainda que Maria "ensina a gerar vida e a protegê-la sempre".

Na sexta-feira, o parlamento confirmou o decreto sobre a morte medicamente assistida, que tinha sido vetado pelo Presidente da República, com um total de 129 votos a favor, obrigando à sua promulgação.

De acordo com a Constituição da República, perante um veto, o parlamento pode confirmar o texto por maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções, 116 em 230, e nesse caso, o Presidente da República terá de promulgar o diploma no prazo de oito dias a contar da data da receção.

No mesmo dia, o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que vai promulgar a lei da eutanásia, porque a Constituição que jurou defender não deixa outra alternativa.

"Eu jurei a Constituição. A Constituição obriga o Presidente a promulgar uma lei que vetou e que foi confirmada pela Assembleia da República (...) é o meu dever constitucional", disse Marcelo Rebelo de Sousa, católico praticante, em Estarreja (Aveiro).

O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, está a presidir à peregrinação internacional aniversária de 12 e 13 de maio, que hoje termina no Santuário de Fátima, 106 anos depois dos acontecimentos na Cova da Iria.

Segundo o santuário, cerca de 200 mil pessoas estão no recinto.

O tema da peregrinação está ligado ao tema proposto pelo Papa Francisco para a Jornada Mundial da Juventude, "Maria levantou-se e partiu apressadamente".

[Notícia atualizada às 12h34]

Leia Também: "Que dia tão justo". Parlamento obriga PR a promulgar lei da eutanásia

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