Interesses imobiliários de 300 milhões. Há 7 detidos em Gaia e no Porto
Em causa está o favorecimento de grupos imobiliários. Um dos detidos é o vice-presidente da Câmara Municipal de Gaia.
© Câmara Municipal de Gaia
País Corrupção
As buscas nas Câmaras Municipais de Gaia e Porto terminaram com 12 arguidos, sete dos quais detidos, numa operação que investiga interesses imobiliários na ordem dos 300 milhões de euros, revelou a Polícia Judiciária (PJ) num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto esta terça-feira.
De acordo com os inspetores, foram efetuadas 55 buscas domiciliárias, "em várias zonas do território nacional, em autarquias e diversos serviços de natureza pública, bem como a empresas relacionadas com o universo urbanístico".
Entre os sete detidos está, segundo a PJ, um titular de cargo político (que já se sabe ser Patrocínio Miguel Vieira Azevedo , vice-presidente da Câmara Municipal de Gaia), dois funcionários de serviços autárquicos (do Porto), um funcionário de Direção Regional de Cultura do Norte, dois empresários e um profissional liberal, "indiciados pela prática dos crimes de recebimento ou oferta indevidos de vantagem, corrupção ativa e passiva, prevaricação e abuso de poder praticados por e sobre funcionário ou titular de cargo político".
Favorecimento de grupos imobiliários na ordem dos 300 milhões de euros
A investigação centra-se, segundo a PJ, "na viciação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanístico em favor de promotores associados a projetos de elevada densidade e magnitude, estando em causa interesses imobiliários na ordem dos 300 milhões de euros, mediante a oferta e aceitação de contrapartidas de cariz pecuniário".
Encontram-se igualmente indiciadas práticas dirigidas ao beneficio de particulares "no setor do recrutamento de recursos humanos e prestação de serviços", por parte do executivo municipal de Gaia, bem como a existência de "fenómenos corruptivos ao nível dos funcionários de outros serviços nos quais os referidos promotores imobiliários possuíam interesses económicos".
Os detidos serão agora presentes à competente autoridade judiciária no Tribunal de Instrução Criminal do Porto para primeiro interrogatório judicial e aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.
Nas buscas, entre outras autoridades, participaram 130 investigadores criminais.
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