Em declarações à Lusa a propósito da votação da comunidade guineense em Portugal, Artur Silva referiu que os números do recenseamento "ultrapassaram largamente a expetativa". Para as eleições legislativas de março de 2019 estavam recenseados 2.143 eleitores.
Do total de inscritos para estas eleições, 4.605 são homens e 3.184 mulheres, precisou.
De acordo com o diplomata, que já assumiu várias pastas como ministro e foi primeiro-ministro da Guiné-Bissau entre janeiro e abril de 2018, serão disponibilizadas em Portugal 22 mesas de voto: seis na embaixada em Lisboa, duas na Amadora, Tapada das Mercês, Monte Abarão, Odivelas, Cascais, Apelação (Loures) e no Vale da Amoreira (Moita), e uma no Porto e no Algarve.
As urnas estarão abertas entre as 07:00 e as 17:00.
Segundo Artur Silva, estão registados na secção consular em Portugal cerca de 17.000 guineenses, mas o embaixador admitiu que este não será o número real, quer porque nem todos se registam, quer porque outros "saem e vão para outros destinos".
Questionado sobre as condições de vida da comunidade guineense em Portugal, o diplomata referiu que desde que assumiu o cargo, no final de março, tem vindo a promover encontros com as associações, que têm falado dos seus "problemas e preocupações", sendo o principal a habitação.
Depois de feito o levantamento dos principais problemas que afetam os guineenses, Artur Silva pretende "partilhar essas informações com as autoridades portuguesas" para tentar encontrar soluções.
O embaixador referiu que a maioria dos guineenses já estão radicados em Portugal "há muitos anos" e "têm o seu trabalho", mas agora estão também a ser vítimas das consequências da guerra na Ucrânia, que os "afeta grandemente".
No entanto, continuam a chegar outros guineenses à "procura de trabalho" e de "melhores condições", disse.
Sobre se a embaixada em Portugal tem meios para apoiar os guineenses mais necessitados, Artur Silva respondeu que não, mas que a representação diplomática ajuda como pode, nomeadamente estudantes e doentes, isentando-os do pagamento dos registos.
No total, 893.618 eleitores estão recenseados para as eleições legislativas, incluindo 17.922 na diáspora em África e 17.894 na Europa, dos quais 7.789 em Portugal, segundo o Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE).
Duas coligações e 20 partidos políticos iniciaram em 13 de maio a campanha eleitoral para as sétimas eleições legislativas na Guiné-Bissau, depois de o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, ter dissolvido o parlamento, em 18 de maio de 2022.
A campanha eleitoral vai decorrer até 2 de junho.
Leia Também: Guiné-Bissau/Eleições. O povo espera muito e o Madem-G15 "está à altura"