O Presidente da República pediu hoje, em Santarém, um "esforçozinho" aos bancos para "tornar mais atraente" o pagamento dos depósitos aos portugueses.
"Aproveitava para voltar a apelar à banca, porque, no fundo, muito do que é a procura dos Certificados de Aforro significa que os portugueses acham que o que a banca está a pagar é pouco e procuram nos Certificados de Aforro uma compensação", disse o Presidente da República, pedindo ao setor que faça um "esforçozinho".
A banca deve, acredita o chefe de Estado, "perceber que se as pessoas apostam em taxas de juro de 3 e tal, é porque recebem na banca um terço, e a situação não é indefinidamente deixar, suspender, adiar ou deixar de recorrer a esses meios alternativos de poupança só porque a banca entende que deve não só recuperar o passado como precaver-se para o futuro".
Em declarações aos jornalistas durante a visita que se segue à inauguração da Feira Nacional da Agricultura, Marcelo Rebelo de Sousa disse, então, esperar que o setor encontre uma forma de "tornar a situação mais atraente em relação aos depositantes portugueses".
Referindo-se à decisão de suspensão da emissão dos certificados de aforro com juros de 3,5%, para lançamento de "um novo tipo de certificado de aforro virado para o médio prazo, com remunerações que vão aumentando ao longo do tempo", o Presidente afirmou que esta é uma situação que o preocupa, reiterando o apelo que já havia feito à banca.
Foi anunciada, na sexta-feira, a suspensão da subscrição de Certificados de Aforro de Série E, abrindo espaço para que, na segunda-feira, seja lançada a Série F destes elementos. O investimento em certificados de aforro já superava os 30 mil milhões de euros até abril, de acordo com os dados divulgados pelo Banco de Portugal (BdP).
[Notícia atualizada às 13h37]
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