"Não ofende quem quer, só ofende quem pode", diz Marcelo sobre cartazes

Marcelo lembrou que, nas comemorações do 10 de Junho, também havia t-shirts sobre si e que não se sentiu ofendido, mas recusou falar, especificamente, dos cartazes que visavam o primeiro-ministro.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Notícias ao Minuto
12/06/2023 21:15 ‧ 12/06/2023 por Notícias ao Minuto

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Marcelo

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pronunciou-se, esta segunda-feira, sobre os polémicos cartazes empunhados por professores, no sábado, num protesto durante as celebrações do Dia de Portugal, de Camões das Comunidades Portuguesas, no Peso da Régua, e que visavam o primeiro-ministro, António Costa, defendendo que a ação foi levada a cabo por "uma minoria muito muito pequena" de docentes.

"Não me pronuncio sobre isso. Estamos na noite das marchas populares de Lisboa, estão a falar do que se passou no 10 de Junho. Eu não misturava as duas coisas", começou por dizer o chefe de Estado, em declarações aos jornalistas, à margem do desfile das marchas populares, na Avenida da Liberdade, após ser interrogado sobre se viu racismo nos cartazes em questão.

"Não vou falar nisso, uma vez que, como sabem a minha imagem, no próprio 10 de Junho também apareceu muito criticada e em posição muito contundente", acrescentou.

Posteriormente, e perante a insistência dos jornalistas, o chefe de Estado acabou por dizer que "não ofende quem quer, só ofende quem pode".

"Já que insistem muito, eu digo o seguinte: primeiro, não ofende quem quer, ofende quem pode. Portanto, isso significa que só verdadeiramente ofende quem tem estatuto para ofender", disse Marcelo.

Interrogado sobre se António Costa não devia ficar ofendido, Marcelo continuou: "E o estatuto significa quem, verdadeiramente, quando faz o que faz, está a pensar num bem maior (...) Eu acho que não se pode confundir uma minoria muito muito pequena de professores que tenham radicalizado o seu comportamento, mas há muito que digo que há um risco para um setor minoritário dos professores que é radicalizar os ataques", acrescentou. 

"A maioria esmagadora dos professores, isso é que é a parte importante, não tem nada a ver com aquilo que sejam os comportamentos de uma minoria. Eu estava lá e vi que eram 200 ou 300 professores e havia 20/30 com determinado tipo de comportamento", continuou.

Desta forma, Marcelo notou que este tipo de conduta, "de um grupo muito pequeno", não pode servir de "argumento" para ter "uma posição mais ou menos favorável aos professores".

"Isto significa o seguinte: do mesmo modo que é injusto punir uma classe pela conduta de um grupo muito pequeno dentro da classe, também o Governo é o primeiro a saber e o Presidente da República e os partidos que, ao examinar-se a questão dos professores, não é isso que serve de argumento para ter uma posição mais ou menos favorável aos professores. Dizer que um comportamento, que é o comportamento de uma minoria muito minoritária, que radicaliza e não diz aquilo que a maioria sente, não é razão para, ao analisar-se a questão dos professores, dizer-se 'agora pagam todos por uma minoria'", sublinhou.

Novamente questionado sobre se o primeiro-ministro tem razão para ficar ofendido, Marcelo decidiu antes falar por si próprio: "Estou à vontade porque havia lá t-shirts sobre mim, não foram faladas, mas havia".

"Não ofende quem quer só ofende quem pode. Portanto, a mim não ofendem. A mim não ofendem. Cada um é diferente. A mim não me ofendem porque não é quem quer é quem pode", rematou.

Sublinhe-se que os cartazes em questão continham uma caricatura do primeiro-ministro com nariz de porco e um lápis espetado em cada olho.

Ao chegar ao local das cerimónias oficiais militares do Dia de Portugal, a mulher do primeiro-ministro, Fernanda Tadeu, exaltou-se com alguns dos comentários dos professores em protesto.

Inicialmente, António Costa pediu à mulher para não responder aos comentários, mas depois virou-se para trás e gritou "racista", visivelmente exaltado.

Mais tarde, em declarações aos populares que o esperavam, o primeiro-ministro considerou que os protestos fazem "parte da liberdade e da democracia".

"Com melhor gosto, com pior gosto, com estes cartazes um pouco racistas, mas pronto, é a vida", frisou.

[Notícia atualizada às 21h54]

Leia Também: Cartazes? "Opinião pública, que é sábia, distingue bem o certo do errado"

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