Galamba recusa "ramo morto". Marcelo diz que "não comenta comentadores"

Declarações surgem depois de o ministro das Infraestruturas, João Galamba dizer que não se sente um "ramo morto" no Governo, expressão que foi primeiramente utilizada por Marcelo Rebelo de Sousa no discurso do 10 de Junho.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Notícias ao Minuto
14/06/2023 19:45 ‧ 14/06/2023 por Notícias ao Minuto

País

Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, 'respondeu', esta quarta-feira, às declarações do ministro das Infraestruturas, João Galamba, que disse hoje que "não era um ramo" morto, numa alusão ao discurso do chefe de Estado no Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas.

"Estão a falar do meu discurso de 10 de Junho? Fiz o discurso e depois, desde 10 de Junho até hoje, dia 14, houve vários comentadores a comentarem o discurso. Um princípio básico meu é de não comentar os comentadores políticos e jornalísticos", referiu, em Londres, onde está para assinalar os 650 anos da aliança luso-britânica juntamente com o Rei de Inglaterra, Carlos III. 

Confrontando pelos jornalistas sobre as declarações não surgirem de um comentador, mas sim de um ministro, Marcelo repetiu: "Não comento comentadores".

Em causa está o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, que, no sábado, disse ser necessário cortar “ramos mortos que atingem a árvore toda”. Apesar de não ter comentado o discurso diretamente, o ministro Galamba recusou-se a "fazer considerações hermenêuticas sobre botânica e viticultura". "Era o que mais faltava" sentir-me um "ramo morto" neste Governo, respondeu João Galamba, quando questionado sobre a forma como, alegadamente, o chefe de Estado se referiu a si no discurso que protagonizou no Dia de Portugal.

Voo? "Ninguém na Presidência tinha pedido alteração"

Em termos de política nacional, Marcelo abordou, nesta declaração, também o caso da alteração do pedido de voo de Moçambique para Portugal, que chegou à ex-CEO da TAP pelo ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes, hoje ouvido no Parlamento. Segundo revelou o deputado da Iniciativa Liberal Bernardo Blanco, a Top Atlântico assumiu o pedido, que Marcelo Rebelo de Sousa sempre negou que tivesse partido da Presidência.

"Quando isso foi levantado, eu disse isso: ninguém na Presidência tinha pedido alteração. Em 2.º lugar, que também não tínhamos a ideia que tivesse havido instruções oficiais, do Estado, do Governo, nesse domínio", lembrou.

"Se for solução equilibrada, não tenho dificuldade em promulgá-la"

Ainda em relação a política interna, Marcelo Rebelo de Sousa foi confrontado sobre o ano "conturbado" no setor da Educação, e também questionado sobre se Estado, primeiro-ministro e professores ficavam todos mal dada a situação.

"Prefiro ver a questão de outra perspectiva [...]. Todos os que têm a ver com a educação, nesta altura, o que querem é que, depois destes anos letivos que vivemos, se chegue ao fim deste ano letivo e que se chegue com uma solução de paz para que o próximo ano letivo possa ser preparado e possa começar de uma forma que corresponda às expetativa de todos", notou.

Marcelo ressalvou ainda que o que isto significa é que "todos" devem estar a trabalhar no início de um novo escolar, assim como "ter a questão dos professores, de alguma maneira, não direi totalmente resolvida, mas resolvida em termos de se chegar a uma solução que seja equilibrada de todas as partes".

O chefe de Estado disse também que estava à espera do diploma sobre a recuperação do tempo dos professores, e relembrou que iria ouvir sindicatos antes de tomar decisão. "Espero que seja uma solução equilibrada. Por um lado, sabe-se que não pode ser uma solução global - e que há limitações de várias naturezas - financeira e administrativa - que não permitem essa solução imediata", afirmou, acrescentando que do lado do Governo se espera que este proporcione um clima para que o próximo ano letivo se possa iniciar de forma mais serena e pacificada.

"Se for solução equilibrada, não tenho dificuldade em promulgá-la", garantiu.

[Notícia atualizada às 20h09]

Leia Também: "Era o que mais faltava" sentir-me um "ramo morto" neste Governo

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