Pedrógão. "Sentidas desculpas se causámos mais sofrimento às vítimas"
A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, deu a cara pelo Governo - que não compareceu na inauguração do memorial de homenagem - e lamentou que tenha passado a ideia de que as vítimas de Pedrógão Grande foram esquecidas.
© Global Imagens
País Pedrógão Grande
A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, pediu desculpa pela ausência de membros do Governo na inauguração de um memorial em memória das vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande que, no sábado, assinalou seis anos da tragédia.
No memorial estão gravados os nomes das 66 pessoas que perderam a vida nos incêndios de 2017, mas esta cerimónia de homenagem ficou marcada pela ausência de membros do Governo ou do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
"Lamento muito se, de alguma forma, provocámos algum sentimento de abandono às vítimas e às famílias das vítimas", afirmou Ana Abrunhosa, em declarações à SIC Notícias, explicando que não houve "uma cerimónia formal" e garantindo que o "Governo estaria presente se estivesse previamente sido organizado" um evento.
No entanto, lamentou que o Governo tenha passado a ideia de que esqueceu as vítimas de Pedrógão Grande.
"As minhas palavras sentidas de desculpa se com esta nossa decisão se, de alguma maneira, causámos ainda mais sofrimento às vítimas e às famílias. Jamais esqueceremos Pedrógão. Nós fizemo-lo com a melhor das intenções, deixámos o dia para um dia de reserva, para as famílias", esclareceu Abrunhosa.
De recordar que se assinalaram-se, no sábado, seis anos desde os incêndios que deflagraram em 17 de junho de 2017 em Pedrógão Grande, e que alastraram a concelhos vizinhos, provocando a morte de 66 pessoas, além de ferimentos noutras 253, sete das quais graves. Os fogos destruíram também cerca de meio milhar de casas e 50 empresas.
A maioria das vítimas mortais foi encontrada na Estrada Nacional (EN) 236-1, que liga Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, junto à qual foi erguido o memorial.
Em outubro do mesmo ano, outros incêndios na região Centro provocaram 49 mortos e cerca de 70 feridos, registando-se ainda a destruição, total ou parcial, de cerca de 1.500 casas e mais de 500 empresas.
O Memorial de Homenagem às Vítimas dos Incêndios Florestais de 2017, um projeto da autoria do arquiteto Souto Moura, "inclui um lago de enquadramento, com cerca de 2.500 metros quadrados de área, alimentado por uma gárgula com 60 metros de extensão, sendo bordejado por uma faixa de plantas constituída por nenúfares brancos, lírios e ranúnculos", referiu a Infraestruturas de Portugal (IP).
Segundo a IP, "o memorial inclui também, como peça fundamental, um muro com a inscrição do nome de cada uma das 115 pessoas vitimadas nos incêndios florestais de junho e outubro de 2017".
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