O empresário português Mário Ferreira deveria integrar a expedição para visitar os destroços do 'Titanic' a bordo do submarino 'Titan', que desapareceu no domingo. No entanto, decidiu cancelar o bilhete
Mário Ferreira cancelou a viagem em abril, segundo confirmou ao Público, e, na sexta-feira, apesar da insistência do amigo Hamish Harding, o explorador britânico que é um dos cinco membros da tripulação do submarino desaparecido, manteve a decisão de não ir.
"Nos Açores, na conferência Glex, o meu amigo [Hamish Harding] que está no submarino disse-me que o meu lugar [ainda] estava livre e que eu podia ir com ele. Tínhamos estado juntos na sexta-feira e ele saiu no avião privado para ir embarcar. Eu não quis ir", revelou o empresário, em declarações ao Público.
"Não têm sido dias simples para mim, saber que deixei o meu lugar vazio numa coisa complicada como esta. Pensar que podia lá estar", confessou.
O empresário admite estar a olhar para o sucedido com "muita apreensão" e nota que " um submersível destes não pode falhar". "Quando falha a 4.000 metros, normalmente é fatal. Espera-se que algum milagre possa acontecer, mas infelizmente não se esperam grandes notícias", afirmou.
Recorde-se que o submarino 'Titan' transporta o empresário e explorador Hamish Harding, o empresário paquistanês Shahzada Dawood e o filho, Paul-Henri Nargeolet, um especialista no Titanic, e um quinto passageiro que tem vindo a ser avançado como sendo Stockton Rush, o CEO da Ocean Gate.
A empresa OceanGate Expeditions, proprietária da embarcação e organizadora das viagens aos destroços do 'Titanic', revelou que a comunicação com o submarino perdeu-se 45 minutos após o início do mergulho, no domingo à noite (hora local).
O submersível tinha uma reserva de oxigénio de 96 horas quando se fez ao mar. Já esta terça-feira, a guarda costeira norte-americana revelou que o submarino terá apenas cerca de 40 horas de oxigénio disponível.
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