"Seria omisso se não reconhecesse o tremendo trabalho de Portugal como nação, na sua resposta à pandemia da Covid-19. O país respondeu rapidamente e teve uma das maiores taxas de vacinação do mundo", referiu.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, a quem hoje a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra atribuiu o doutoramento 'honoris causa', considerou exemplar o facto de Portugal ter conseguido vacinar quase todos os seus idosos.
Ao longo da sua intervenção na cerimónia, o diretor-geral da OMS apontou a necessidade de se aprenderem algumas lições com os três anos de pandemia e alertou para a possibilidade de poderem emergir outras ameaças.
"Não se enganem, a pandemia está longe de ser a única ameaça que enfrentamos. Neste mundo de crises, precisamos estar mais bem preparados", acrescentou.
Para isso, o novo doutor honoris causa pela academia conimbricense defendeu a necessidade de se negociar um acordo internacional, com diretrizes de como se deve prevenir e responder a uma pandemia.
"Um acordo entre as nações, para trabalharem juntas numa resposta compartilhada para ameaças comuns", concretizou.
Para além deste acordo internacional, que "tornará o mundo mais seguro para futuras gerações", Tedros Adhanom Ghebreyesus aludiu ainda à necessidade de os países investirem nos seus sistemas de saúde.
"Sistemas de saúde fortes e resilientes, compostos por profissionais de saúde com salários decentes, boa formação e condições de trabalho adequadas são a melhor maneira de manter as nossas sociedades saudáveis e de as proteger contra as emergências sanitárias do futuro", destacou.
"Tedros Adhanom Ghebreyesus foi o nosso super-herói"
A Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra atribuiu hoje o doutoramento 'honoris causa' ao diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em jeito de "reconhecimento a um homem e a uma autoridade da área científica que se destacou pelo papel importante de liderança que assumiu durante a pandemia de Covid-19". Tedros, disse a universidade, foi o "super-herói" que salvou "a vida de milhões de pessoas".
"Numa linguagem mais próxima dos tempos e, sobretudo, dos jovens de hoje, se a OMS foi a guardiã planetária e a Estrela da Vida, Tedros Adhanom Ghebreyesus foi o nosso super-herói", apontou Filipe Froes, professor da FMUC responsável por proferir o elogio académico.
Filipe Froes considerou ser aliciante "enaltecer alguém a quem a Humanidade deve tanto".
"Poucos diretores gerais da OMS viveram uma pandemia como a que vivemos. Foram 1.151 dias de duração em pleno século XXI e que documentaram não só a imprescindibilidade da OMS, mas o espírito de entrega e de missão do seu diretor-geral e o exemplo de toda uma vida dedicada ao serviço da humanidade", disse.
Licenciado em Biologia pela Universidade de Asmara, na Eritreia, Tedros Adhanom Ghebreyesus tem mestrado em Imunologia de Doenças Infecciosas pela Universidade de Londres e doutoramento em Saúde Pública pela Universidade de Nottingham.
O biólogo assumiu a Direção-Geral da Organização Mundial da Saúde em 2017. Anteriormente, no seu país, Etiópia, foi ministro da Saúde (de 2005 a 2012) e ministro de Relações Exteriores (de 2012 a 2016).
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