A irmã de uma cidadã irlandesa desaparecida há três anos, sem deixar rasto, em Portugal, voltou a acusar, na segunda-feira, as autoridades portuguesas de não terem investigado o caso com afinco e seriedade.
No podcast 'The Missing' Leona Tighe disse à jornalista Pandora Sykes que, ainda hoje, três anos depois do desaparecimento há muitas questões sem resposta. A família ainda não teve acesso ao telefone de Jean Tighe, nem aos registos bancários, redes sociais ou aplicações de encontros.
"Enviamos um rol de e-mails, fizemos telefonemas e recebemos sempre respostas terríveis […]. Enviei todas as informações possíveis que atestavam que era irmã de Jean… e eles só diziam: "Oh, a tua irmã fugiu para começar uma nova vida", assegurou Leona, acrescentando que todas as tentativas para aceder às contas online da irmãs foram infrutíferas, ao contrário do que aconteceu com outras famílias a passar pela mesma situação.
"Sei de pessoas que estão a passar por algo semelhante e não precisaram de ir sequer a tribunal para ter os acessos […]. Pedi para que o fizessem e nunca o fizeram. A minha irmã tinha uma conta no Match.com [aplicação de encontros]. Isso poderia ajudar na investigação. Mas isso nunca foi tido em conta", garantiu ainda a irlandesa.
Depois de "meses" a pedir ajuda às autoridades portuguesas, a família de Jean decidiu contratar um detetive privado, que viajou até Portugal e fez "uma investigação completa".
"A minha irmã saiu do hostel na tarde de segunda-feira, 13 de julho, com uma bolsa na mão, juntamente com um cidadão de nacionalidade brasileira. Nunca mais foi vista depois disso. Acho que isso é uma informação muito importante", salientou.
Recorde-se que Jean Tighe, que tinha 38 anos na altura do desaparecimento, saiu do hostel onde estava hospedada, na Parede, município de Cascais, no dia 13 de julho de 2020, acompanhada por um homem cuja identidade permanece desconhecida.
Esta não é a primeira vez que a família da irlandesa acusa das autoridades portuguesas de não terem investigado o desaparecimento. Já em fevereiro, o Irish Mirror revelava que os funcionários do hostel não tinham sido interrogados e que as imagens das câmaras de segurança do perímetro do alojamento também não tinham sido analisadas.
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