O primeiro-ministro, António Costa, ressalvou esta segunda-feira, na Lituânia, a "importância" da participação de Portugal na NATO, tendo reafirmado o "compromisso" do país com esta "aliança defensiva".
Em declarações a partir da Base Aérea de Siauliai, em visita às Forças Nacionais Destacadas (FND) no país, o chefe do Governo lembrou que a "realidade de Segurança à escala global e europeia alterou-se profundamente no último ano", na sequência da invasão russa à Ucrânia.
Aproveitou, ainda, a ocasião para lembrar que "em poucos locais" tal facto é "mais percetível" do que na "fronteira leste" da Aliança Atlântica, de que fazem parte países como a Lituânia.
E elaborou que "foi por isso que Portugal reforçou a sua participação nas missões da NATO na frente leste" - algo que aconteceu em 2015 na Lituânia, fruto da "anexação da Crimeia" pela Rússia, e mais recentemente na Roménia, na sequência da invasão de Moscovo à Ucrânia.
Nas palavras do chefe do Governo, esta trata-se de uma “boa demonstração da importância" que Portugal atribui à sua "participação na NATO". E acrescentou: "Sendo uma aliança defensiva, implica o compromisso de todos de nos defendermos, independentemente de onde esteja a ameaça".
O primeiro-ministro português teceu ainda algumas considerações acerca do que significa para o país fazer parte desta aliança: “É, seguramente, muito importante para todos os países, mas é seguramente mais importante para um país como Portugal, que estando no extremo sudoeste da Europa, tendo uma projeção atlântica muito profunda, assegurada pelas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, está, também ela, numa zona de fronteira".
O governante elaborou ainda que "é por isso que Portugal deve ser muito ativo sempre nas missões que desempenha ao serviço das organizações multilaterais", lembrando o envolvimento de elementos portugueses em iniciativas das "Nações Unidas, da União Europeia e, também, da NATO".
E concluiu, a este respeito: "Isto porque sabemos que cada contributo que nós damos para a segurança dos outros, é a garantia de que todos os outros darão o seu contributo para a nossa segurança se ela estiver ameaçada".
No seu discurso, António Costa fez ainda um elogio aos militares da Força Aérea Portuguesa presentes na Lituânia, enquanto os principais participantes nacionais "em repetidas missões no âmbito da NATO".
Importa lembrar que a NATO ganhou um 'novo fôlego' com o início da guerra na Ucrânia, que motivou, inclusive, a Finlândia e a Suécia a avançarem com pedidos de adesão à aliança militar. O primeiro destes países, ao contrário do que acontece com os suecos, continua à espera da autorização da Turquia para que a adesão se concretize.
Desde o início da guerra, que se iniciou a 24 de fevereiro do ano passado, os países da NATO e da União Europeia apressaram-se a disponibilizar apoio financeiro, militar e humanitário para ajudar a Ucrânia a fazer face à invasão da Rússia. O país invasor, por outro lado, foi alvo de pacotes de sanções consecutivos (e concertados) aplicados pelos parceiros de Kyiv.
Até agora, mais de nove mil civis já morreram na sequência dos combates no terreno, segundo os cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU).
[Notícia atualizada às 16h41]
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