"Em Portugal a justiça é assegurada por órgãos próprios que atuam com total liberdade e procederemos com a colaboração que os órgãos judiciais nos solicitarem", declarou, esta tarde, Augusto Santos Silva, escusando-se a mais comentários sobre as buscas à sede do PSD e à residência de Rui Rio.
O Presidente da Assembleia da República lembrou ainda a "presunção de inocência até transito em julgado".
"O facto de estar a ser conduzida investigação não quer dizer que haja formação de culpa", afirmou ainda em declarações aos jornalistas, em Londres, no Reino Unido.
Questionado se a notícia tinha sido recebida com surpresa, Santos Silva atirou: "Já nada me surpreende".
"Estou preparado para ouvir toda a sorte de notícias e insisto: para mim só nos termos que estão previstos na lei se pode falar de eventuais responsabilidades", disse.
Recorde-se que a Polícia Judiciária (PJ) mobilizou hoje cerca de 100 inspetores e peritos para buscas na casa do ex-presidente do PSD Rui Rio e na sede nacional do partido, por suspeitas dos crimes de peculato e abuso de poderes.
Segundo o comunicado da PJ, foram realizadas 20 buscas, das quais 14 domiciliárias, cinco a instalações do partido e uma a instalações de um revisor oficial de contas, dispersas pela zona da Grande Lisboa e na região norte do país.
"Está em causa a investigação à utilização de fundos de natureza pública, em contexto político-partidário, existindo suspeitas da eventual prática de crimes de peculato e abuso de poderes (crimes da responsabilidade de titulares de cargos políticos), a factos cujo início relevante da atuação se reporta a 2018", indicou a nota da força de segurança.
[Notícia atualizada às 15h56]
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