"Nesta reunião negocial, as entidades patronais não cederam nem um cêntimo face à proposta que já tinham [apresentado]", disse à Lusa Alírio Martins, presidente do Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte e dirigente da Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (FEVICCOM).
Perante o impasse, foi marcada nova reunião para a próxima sexta-feira, segundo indicou o mesmo dirigente sindical.
A reunião de hoje coincidiu com o terceiro e último dia de greve por turnos levada a cabo pelos trabalhadores das corticeiras Amorim, Granorte e Socorri, face à proposta patronal para um aumento de 58 euros no salário e de 50 cêntimos no subsídio de refeição.
Esta greve foi marcada numa altura em que os trabalhadores já conheciam a intenção dos empregadores de poderem avançar até aos 60 euros para fechar o acordo.
A greve teve uma "grande adesão" e mostrou como os "trabalhadores estão insatisfeitos", precisou Alírio Martins, referindo que os dirigentes sindicais vão agora ouvir novamente os trabalhadores.
"Reformulámos a nossa proposta para um aumento mínimo de 70 euros, mas não cederam", precisou Alírio Martins. Da proposta sindical faz ainda parte um aumento do subsídio de refeição em um euro.
Num comunicado em que anunciou a realização desta greve nos dias 12, 13 e 14 de julho a FEVICCOM salientava que a maioria dos trabalhadores do setor da cortiça tem um salário base mensal de 868 euros, num contexto de aumento do custo de vida.
Em paralelo, sublinhava que "a Corticeira Amorim somou lucros de mais de 98 milhões de euros em 2022 e, no primeiro trimestre de 2023, já acumulou lucros líquidos de quase 24 milhões de euros, ou seja, cerca de oito milhões de lucros líquidos por mês".
Leia Também: Trabalhadores da Águas de Portugal admitem greve na JMJ